Os Estados Unidos afirmaram, nesta terça-feira (20), que a recuperação do acordo nuclear de 2015 com o Irã “não faz mais parte da agenda” e acusaram Teerã de ter “matado” a oportunidade de fechar um acordo nesse sentido.
“Simplesmente não vemos um acordo sendo alcançado em um futuro próximo”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
O acordo nuclear, pelo qual o Irã prometeu renunciar ao desenvolvimento de armas nucleares, está suspenso desde que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do pacto, após o qual a República islâmica começou a enriquecer urânio acima dos níveis permitidos .
O atual presidente americano, Joe Biden, prometeu durante sua campanha reativar o acordo, e seu governo até agora manteve a posição de que a volta ao pacto nuclear era a melhor opção para os interesses do país.
Hoje, no entanto, Kirby confirmou que os EUA estão focados nos desafios dos direitos humanos no Irã, após a execução de dois manifestantes e a venda de drones fabricados por Teerã para a Rússia.
“No momento, estamos focados em encontrar maneiras práticas de lidar com o Irã nessas áreas, e não no acordo nuclear com o Irã”, explicou Kirby.
Na mesma linha, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse em outra entrevista coletiva que “os iranianos mataram a oportunidade de um rápido retorno ao acordo nuclear”.
A União Europeia (UE) apresentou um texto final em agosto para reativar o pacto, que teve o apoio de Washington, mas o Irã o rejeitou em setembro e impôs à ONU que encerrasse uma investigação sobre a descoberta de vestígios de urânio não declarado.
Price explicou que “o pacto nuclear não está na agenda há vários meses” e destacou que a prioridade de Washington desde setembro tem sido a defesa dos manifestantes iranianos.
No entanto, ele destacou que o governo Biden ainda acredita que “a diplomacia representa a forma mais eficaz” de impedir que o Irã adquira uma arma nuclear.
A UE continua tentando resgatar o acordo, embora os chanceleres do bloco recentemente tenham lamentado que o Irã “não tenha tomado as decisões necessárias e não tenha dado os passos necessários” para avançar nas negociações.
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