Os Estados Unidos enfatizaram nesta terça-feira que não enviarão tropas à Ucrânia para lutar contra a Rússia e disseram que a melhor maneira de apoiar o país é que a Câmara dos Representantes aprove o pacote de ajuda adicional para Kiev.
“O presidente (Joe) Biden deixou bem claro que os Estados Unidos não enviarão tropas para lutar na Ucrânia”, declarou à Agência EFE Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Dessa forma, os Estados Unidos se distanciam da possibilidade anunciada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que não foi compartilhada por países como a Alemanha ou a própria Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“Acreditamos que o caminho da Ucrânia para a vitória é que a Câmara dos Representantes aprove o pacote adicional de segurança nacional para que as tropas ucranianas tenham as armas e munições que precisam para se defender e continuar lutando bravamente por sua liberdade e independência”, acrescentou a porta-voz.
A ajuda à Ucrânia está paralisada no Congresso americano, pois o líder republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, se recusa a levá-la à votação.
O projeto de lei de US$ 95 bilhões, que inclui ajuda a Israel e Taiwan, já foi aprovado no Senado neste mês com o apoio dos democratas, que possuem a maioria no Senado, e de cerca de 20 republicanos, incluindo seu líder na Câmara, Mitch McConnell.
Durante meses, os conservadores condicionaram a ajuda à Ucrânia à aprovação de um projeto de lei para fortalecer a fronteira com o México e enfraquecer o sistema de asilo, mas quando um grupo bipartidário de senadores apresentou um projeto com esse objetivo, eles se recusaram a validá-lo.
“Dissemos repetidamente que a Ucrânia é importante”, declarou o porta-voz do Pentágono, general de brigada Pat Ryder, também nesta terça-feira.
Desde o início da invasão, russa há dois anos, segundo enfatizou em entrevista coletiva, os Estados Unidos têm trabalhado “arduamente” para garantir que a Ucrânia receba assistência de segurança “o mais rápido possível”.
“Este não é apenas um esforço americano. É um esforço internacional. Mas nada pode ser feito sem financiamento”, concluiu.
O presidente francês disse na segunda-feira, ao final de uma cúpula sobre a Ucrânia com mais de 20 líderes europeus, que o envio de forças terrestres à Ucrânia não deve ser excluído e lembrou que outras linhas vermelhas já foram ultrapassadas no passado diante da persistência do conflito.
No entanto, Berlim, Madri, Roma e a OTAN, assim como Washington e Ottawa, entre outros membros da comunidade internacional, deram as costas às suas palavras, que também renderam a Macron duras críticas internas na França.