Por EFE
Washington, 13 jan – O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos deixou nesta segunda-feira de usar a classificação de “manipuladora de divisas” em relação à China, em um gesto de aproximação dois dias antes da assinatura da primeira fase do acordo comercial entre os dois países.
“A China cumpriu compromissos comprováveis para evitar desvalorizações competitivas e promoverá transparência e responsabilidade”, afirmou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
Foi justamente a pasta comandada por Mnuchin que divulgou hoje um relatório macroeconômico com o anúncio de que a China deixaria a categoria de “manipuladora de divisas”, na qual estava incluída desde agosto do ano passado.
Agora, a China está em uma “lista de vigilância”, que o governo dos EUA usa para classificar parceiros comerciais que merecem uma “atenção especial” sobre suas práticas monetárias.
Além do gigante asiático, outras nove nações aparecem nessa lista: Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Singapura, Suíça e Vietnã.
O Departamento do Tesouro havia incluído a China entre os “manipuladores” em uma época de acirramento da guerra comercial entre os dois países. A medida foi anunciada logo após o Banco Popular da China (PBC) deixar o iuane se desvalorizar para mais de sete unidades por dólar, o que não acontecia desde 2008.
Já a decisão de hoje foi divulgada dois dias antes de o presidente americano, Donald Trump, e de o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, que liderou a equipe de negociações da China durante a disputa comercial, assinarem um acordo que inicia o processo de resolução do conflito.
Após quase 18 meses de guerra comercial e a consequente escalada tarifária, Trump anunciou em meados de dezembro o acerto da primeira fase de um pacto com a China.
O acordo inclui a manutenção de tarifas americanas de 25% sobre US$ 250 bilhões em produtos importados da China, além de encargos reduzidos para 7,5% sobre US$ 120 bilhões em outras exportações chinesas para os EUA.
As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, que começaram no ano passado, tiveram consequências profundas. Em suas últimas previsões de crescimento mundial, divulgadas em outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as projeções de expansão em dois décimos em relação à estimativa feita em julho, passando a apontar uma alta de 3%, por influência da instabilidade causada pela disputa.