Por Agência EFE
A agência de cibersegurança dos Estados Unidos concluiu, nesta quinta-feira (17), que um recente ciberataque em nível global supostamente atribuído a hackers russos representa um “grave risco” para o governo federal, pois comprometeu “infraestruturas cruciais” no país.
Através de um documento público de análise, pouco habitual, a Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura (CISA, na sigla em inglês) expressou essa conclusão sobre o ataque divulgado no domingo, cujos autores espionaram durante meses clientes de um produto da empresa de tecnologia americana SolarWinds.
O ciberataque, que supostamente começou em março, utilizou atualizações do software para entrar nos sistemas de diversas agências do governo americano, entre eles os departamentos de Tesouro, Estado, Comércio e Segurança Nacional.
Agências de inteligência americanas comunicaram ao Congresso que acreditam que a responsável pelo ataque é uma agência de elite da inteligência russa, segundo o jornal “The New York Times”, embora a Rússia tenha negado publicamente qualquer envolvimento com o ataque.
O relatório da CISA não menciona os possíveis responsáveis pelo ataque, nem as agências afetadas nem os dados que podem ter sido comprometidos.
Em resumo, afirma que o ciberataque “representa uma grave ameaça para o governo federal e os governos estaduais, locais e territoriais, além das entidades de infraestruturas fundamentais e outras organizações do setor privado”.
“A expectativa da CISA é que eliminar esta ameaça dos entornos comprometidos será muito complexo e difícil para as organizações. É provável que o inimigo tenha mais vetores de acesso inicial e táticas, técnicas e procedimentos que ainda não foram descobertos”, indica a análise.
Até então, só era sabido que o ciberataque havia sido canalizado através de um popular programa da SolarWinds chamado Orion, que monitora redes informáticas e que é utilizado pelo governo dos EUA, centenas de grandes empresas e companhias que supervisionam infraestruturas cruciais, como a rede de energia americana.
O presidente Donald Trump ainda não se pronunciou sobre o ataque, enquanto o secretário de Estado, Mike Pompeo, minimizou o ocorrido ao recordar que o país sofre ciberataques diariamente, e apontou a China como a maior responsável por essas ofensivas.
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