A Polônia, como um membro da Otan , recebeu “luz verde” dos Estados Unidos para enviar caças como parte da ajuda militar para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra a invasão russa, declarou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no domingo.
“Isso recebe luz verde”, disse Blinken em entrevista ao “Face the Nation“, da CBS News, quando questionado se o governo polonês, como membro da OTAN, poderia enviar aviões de combate para a Ucrânia.
“Na verdade, estamos conversando com nossos amigos poloneses agora sobre o que podemos fazer para suprir suas necessidades se, de fato, eles optarem por fornecer esses caças aos ucranianos. O que podemos fazer? Como podemos ajudar a garantir que eles consigam algo para suprir os aviões que estão entregando aos ucranianos?” acrescentou Blinken.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, também reiterou as observações de Blinken durante uma entrevista no programa “This Week” da ABC.
“Estivemos em estreitas consultas com o governo polonês, bem como com nossos outros aliados da OTAN sobre esta questão. Não nos opomos de forma alguma ao fornecimento desses jatos à Ucrânia pelo governo polonês e estamos trabalhando, como você observou, para ver como podemos abastecê-los”, disse Thomas-Greenfield.
Quando questionada se caças dos EUA poderiam ser fornecidos à Polônia e outros países da OTAN, Thomas-Greenfield disse que as autoridades ainda estão discutindo o assunto com os poloneses.
A embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Oksana Markarova, disse ao “Face the Nation” que espera que a Ucrânia receba caças da Polônia “o mais rápido possível”.
“Estamos trabalhando com americanos, amigos e aliados, no fornecimento constante de todas as munições, antiaéreas, antitanques e aviões para poder defender efetivamente nosso país”, disse ela.
Também no domingo, Blinken disse durante uma entrevista coletiva com a presidente da Moldávia, Maia Sandu, que Washington vem mantendo discussões com Varsóvia sobre uma proposta de acordo de três vias que permitiria à Ucrânia obter aviões de guerra do país.
Sob o acordo proposto, a Polônia forneceria à Ucrânia seus caças Mikoyan MiG-29, que estão sendo aposentados desde o início dos anos 2000, em troca de ter seus hangares reabastecidos pelos Estados Unidos com caças F-16 fabricados nos EUA.
A força aérea polonesa vem aposentando constantemente os MiG-29 e, em vez disso, comprando os F-16 nos últimos 15 anos, à medida que se move para modernizar seu arsenal e reduzir sua dependência de equipamentos russos.
“Estamos analisando ativamente agora a questão dos aviões que a Polônia pode fornecer à Ucrânia e analisando como podemos abastecer se a Polônia decidir usá-los – para fornecer esses aviões”, disse Blinken. “Não posso falar com uma linha do tempo, mas posso apenas dizer que estamos analisando isso muito, muito ativamente”.
Blinken acrescentou que Washington forneceu assistência de segurança a Kiev no ano passado por meio de mais de US $1 bilhão e continua trabalhando com autoridades ucranianas para “obter uma avaliação atualizada de suas necessidades”.
As discussões acontecem enquanto autoridades ocidentais estão sob pressão para reforçar as armas e munições da Ucrânia para que ela possa se defender em meio ao ataque russo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse anteriormente que precisa de “munição, não de uma carona”, depois que os Estados Unidos lhe ofereceram asilo após tropas russas invadirem o país.
Durante uma ligação do Zoom no sábado com os legisladores dos EUA, Zelensky reiterou novamente que a Ucrânia precisa de aviões militares e pediu especificamente aviões fabricados na Rússia, de acordo com o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer (democrata de Nova Iorque).
“O presidente Zelensky fez um apelo desesperado para que os países do Leste Europeu forneçam aviões de fabricação russa para a Ucrânia”, declarou Schumer em comunicado. “Esses aviões são muito necessários. E farei tudo o que puder para ajudar a administração a facilitar sua transferência”.
Bill Pann contribuiu para esta reportagem.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também:
