Por Agência EFE
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, criticou na quinta-feira os esforços da China para “intimidar” outros países e defendeu o pacto de desenvolvimento do submarino nuclear da Austrália em face de um ambiente de segurança em “disputa crescente” na região Indo-Pacífico.
Foi assim que Blinken se expressou em uma entrevista coletiva com a Ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne; o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin; e o ministro da Defesa australiano, Peter Dutton.
“Discutimos em detalhes as atividades desestabilizadoras da China e os esforços de Pequim para intimidar outros países”, disse Blinken sobre as conversas com os ministros australianos.
As palavras do chefe da diplomacia norte-americana chegam um dia depois do ambicioso pacto de defesa assinado com a Austrália e o Reino Unido que visa enfrentar a China no Indo-Pacífico e que incluirá o desenvolvimento de submarinos nucleares para os australianos.
Embora Blinken tenha evitado observar que o pacto responde às atividades da China, ele enfatizou que eles seguirão de perto os esforços de Pequim para “minar a estrutura internacional estabelecida” e alertou, em particular, para o “ambiente de segurança cada vez mais disputado” no Indo-Pacífico.
A aliança assinada ontem teve, entre outras consequências, o cancelamento pela Austrália de um contrato de compra de submarinos convencionais franceses, estimado em cerca de 56.000 milhões de euros (cerca de 66.000 milhões de dólares), para os substituir por outros submarinos nucleares norte-americanos.
Fato que foi duramente criticado pela França. O chanceler francês, Jean Yves Le Drian, denunciou em entrevista à emissora France Info, na qual insistiu que “isso não é feito entre aliados” e terá consequências.
Diante das críticas de Paris, Blinken destacou que a França “é uma aliada vital” dos EUA. “Não há ruptura regional que separe os interesses de nossos parceiros no Atlântico e no Pacífico”, disse ele.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizará uma reunião de cúpula na Casa Branca em 24 de setembro com os líderes da Austrália, Índia e Japão, com os quais mantém uma aliança para conter o poder da China.
Os quatro países formam o “quadrilátero”, uma aliança criada em 2007 em resposta ao boom militar de Pequim.
Biden receberá para esta reunião os primeiros-ministros da Austrália, Scott Morrison; da Índia, Narendra Modi; e do Japão, Yoshihide Suga.