Por Agência EFE
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (4) que convocaram para amanhã uma reunião sobre a Nicarágua no Conselho de Segurança da ONU.
Apesar da oposição de vários países-membros, esta será a primeira vez que o principal órgão de decisão da ONU analisará oficialmente a crise que atinge a Nicarágua.
Os Estados Unidos assumiram a presidência rotativa do Conselho de Segurança neste mês. A decisão anunciada pela embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, ocorreu mesmo com a oposição de alguns países, como Bolívia, Rússia e China, que defenderam que a crise na Nicarágua não é uma ameaça para a paz e para a segurança internacional.
“Se não acreditam que a Nicarágua é uma questão de paz e segurança, peço a eles que falem com os nicaraguenses. Quantas pessoas têm que morrer para que isso se torne uma questão de paz e segurança?”, questionou a embaixadora americana nas Nações Unidas.
Haley destacou a gravidade da Nicarágua e defendeu que o Conselho de Segurança cuide do caso para evitar o surgimento de “outra Síria” ou “outra Venezuela”.
Segundo organizações de direitos humanos locais e internacionais, desde abril, quando começaram os protestos contra Ortega, 481 pessoas morreram desde então. O governo divulga 198 vítimas.
As divergências sobre a Nicarágua obrigaram o Conselho de Segurança a convocar uma sessão pública para discutir o programa de trabalho deste mês. Normalmente, a agenda é adotada por consenso, mas não houve acordo para aprová-la desta vez.
Na reunião, alguns países foram contrários à inclusão da questão da Nicarágua no programa. Outros apoiaram a postura norte-americana, como o Peru e os membros da União Europeia.
No fim, Haley desistiu de aprovar a agenda americana, argumentando que o processo é apenas uma prática habitual no Conselho de Segurança. E anunciou que convocaria uma reunião sobre a Nicarágua para a quarta-feira.