EUA: Congressista pede inquérito sobre pressão ‘perturbadora’ para encerrar investigação de Clinton

03/05/2018 12:42 Atualizado: 11/05/2018 15:34

Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times

O congressista norte-americano Bob Goodlatte (R-Va) pediu que o procurador-geral investigue uma ligação telefônica na qual um alto funcionário da gestão Obama pareceu pressionar o ex-diretor do FBI, Andrew McCabe, a encerrar a investigação sobre a Fundação Clinton durante a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.

Os detalhes do telefonema foram revelados num relatório do órgão de fiscalização do Departamento de Justiça que levou à demissão de McCabe. O relatório afirma que o principal vice-procurador-geral adjunto (PADAG, na sigla em inglês), um dos funcionários da mais alta hierarquia no Departamento de Justiça (DOJ), ligou para McCabe em 12 de agosto de 2016 e perguntou por que o FBI ainda estava investigando a Fundação Clinton durante a campanha presidencial.

McCabe retrucou: “Você está me dizendo que eu preciso encerrar uma investigação validamente fundamentada?” A conversa que se seguiu foi “muito dramática”, de acordo com McCabe. Ele disse aos investigadores que nunca teve um confronto desse tipo com um funcionário de nível sênior do DOJ em toda a sua carreira. O PADAG na época era Matthew Axelrod.

Goodlatte descreveu a chamada telefônica como “perturbadora” e pediu ao procurador-geral Jeff Sessions para investigar a conversa. O congressista também apontou que a descrição da chamada no relatório é corroborada por um artigo do Wall Street Journal que descreveu um funcionário do Departamento de Justiça que estava “muito chateado” que “agentes do FBI ainda estavam realizando abertamente a investigação da Fundação Clinton durante a eleição”. McCabe autorizou o vazamento sobre a chamada para o Wall Street Journal.

“Parece que o PADAG estava no mínimo questionando por que o FBI estava buscando um processo contra a Fundação Clinton durante a eleição, e na pior das hipóteses, tentando influenciar indevida e ilegalmente o status de uma investigação em andamento por propósitos puramente partidários” escreveu Goodlatte. “Ambas as opções são impróprias e devem ser investigadas.”

Além de revelar detalhes da chamada telefônica com o PADAG, o relatório do Escritório do Inspetor-Geral concluiu que McCabe mentiu em várias ocasiões, inclusive sob juramento, sobre a autorização de um vazamento para o Wall Street Journal. O relatório o culpa por vazar com a intenção de elevar sua influência no departamento. McCabe foi encaminhado para investigação criminal devido às declarações. Ele nega ter mentido.

Além disso, onze congressistas encaminharam McCabe para investigação criminal por seu papel na apresentação de um pedido de mandado judicial para vigiar um voluntário da campanha presidencial de Trump, Carter Page. Esse pedido de mandado baseou-se em grande parte no infundado dossiê de Steele. Os congressistas acusam McCabe de privar Page de seus direitos e de má conduta investigativa.

Axelrod era “um dos oficiais mais importantes do DOJ e membro da equipe sênior da liderança”, de acordo com seu perfil no escritório de advocacia Linklaters, onde ele é sócio. Axelrod foi demitido junto com sua chefe, a vice-procuradora-geral Sally Yates, pouco depois de o presidente Donald Trump assumir o cargo.

“Matt também assumiu a liderança no aconselhamento sobre a gestão de crises dentro do DOJ, trabalhando em estreita colaboração com a Casa Branca, o Congresso, o FBI e a mídia sobre assuntos bastante sensíveis e de alto perfil do DOJ”, diz o perfil.