EUA condenam violência e uso excessivo da força policial na Nicarágua

23/04/2018 12:46 Atualizado: 23/04/2018 12:46

Por Agência EFE

O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou ontem (22) a violência e o uso excessivo da força por parte da polícia da Nicarágua contra civis que têm se manifestado ao longo desta semana contra a reforma da Previdência, protestos que já contam com um saldo de 27 mortos, de acordo com uma ONG.

“O governo norte-americano lamenta a perda de vidas e as lesões sofridas na Nicarágua durante os protestos de seus cidadãos”, disse a porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Heather Nauert, em um comunicado de imprensa.

“Condenamos a violência e o uso excessivo da força por parte da polícia e outras pessoas contra civis exercendo o seu direito constitucional à liberdade de expressão e de reunião”, continuou Nauert.

O Departamento de Estado apelou para um “amplo diálogo” que inclua todos os setores da sociedade para resolver o conflito atual, restabelecer o respeito pelos direitos humanos e alcançar um futuro “melhor e mais democrático” para todos os nicaraguenses.

Os Estados Unidos também pediram ao governo de Daniel Ortega que permita que os jornalistas “trabalhem livremente e restaurem toda a cobertura televisiva” e exortou os líderes nicaraguenses a conduzir uma investigação independente e a processar os responsáveis pela mortes.

O jornalista nicaraguense Ángel Ganoa morreu no sábado vítima de um disparo na cidade de Bluefields, na Região Autônoma Caribe Sul (RACS), enquanto transmitia ao vivo os protestos contra o governo de Ortega, conforme confirmou o noticiário televisivo El Meridiano, para o qual trabalhava a vítima.

Por sua vez, a Polícia Nacional nicaraguense informou que um de seus agentes está entre a vida e a morte em um centro assistencial após receber um tiro na cabeça em Manágua, próximo da meia-noite.

As contendas no país centro-americano resultaram em pelo menos 27 mortes e dezenas de feridos, de acordo com dados das organizações de direitos humanos da Nicarágua.

As últimas informações do governo, correspondentes à sexta-feira (20), estimaram pelo menos 10 mortos; no entanto, os protestos aumentaram desde então e prosseguem os enfrentamentos e os atos de vandalismo, incluindo saques.