Por Ivan Pentchoukov, NTD
O Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou um memorando democrata no sábado, 24 de fevereiro, como uma refutação a um memorando republicano que detalhou os abusos da vigilância governamental contra a campanha de Trump.
O tema principal da refutação é que o Departamento Federal de Investigação (FBI) e o Departamento de Justiça (DOJ) “não abusaram do processo da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA), não omitiram informações materiais e não subverteram essa ferramenta vital para espionar a campanha de Trump”, afirma o memorando democrata, segundo a Fox News.
O memorando democrata foi aprovado para lançamento no início deste mês pelo Comitê de Inteligência da Câmara, mas não recebeu a autorização da Casa Branca porque continha informações confidenciais que precisavam ser riscadas antes que o memorando fosse tornado público. O FBI e o DOJ alegaram que, se não fossem revisto, o documento revelaria as fontes e os métodos do governo, as investigações em andamento e outras informações confidenciais e sensíveis.
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Apesar de apoiar as ações do FBI e do DOJ, o memorando democrata não aborda as revelações mais preocupantes do documento republicano, que mostrou que os altos funcionários das duas agências utilizavam conscientemente um dossiê não verificado para solicitar um mandado de espionagem, omitiram do juiz da FISA as origens políticas do dossiê e que não teriam solicitado um mandado sem o dossiê.
Os democratas, em vez disso, argumentam que “na verdade, o DOJ e o FBI teriam sido negligentes em seu dever de proteger o país se não tivessem tentado obter uma autorização da FISA e sucessivas renovações para realizar a vigilância temporária de Carter Page, alguém que o FBI avaliou como um agente do governo russo”, diz o memorando, acrescentando que os funcionários observaram o “rigor, transparência e evidência” necessários para atender o requisito de causa provável do Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISC).
O congressista Adam Schiff (D-Calif) disse numa declaração que a refutação deveria dirimir qualquer preocupação sobre as irregularidades cometidas pelas agências de inteligência.
“Nossa revisão extensa da requisição inicial da FISA e das três renovações subsequentes não conseguiram descobrir qualquer evidência de comportamento ilegal, não ético ou não profissional por parte das autoridades de aplicação da lei e, em vez disso, revelou que tanto o FBI quanto o DOJ fizeram extensas demonstrações para justificar as quatro requisições”, disse Schiff numa declaração, de acordo com a Fox News.
O dossiê em questão foi produzido pelo ex-espião britânico Christopher Steele e pago por Hillary Clinton e pelo Comitê Nacional Democrata (DNC). A Fusion GPS foi a empresa que contratou a Steele para produzir o dossiê, enquanto Steele escreveu o documento. O memorando republicano também revelou que Steele era tendencioso contra Trump e não queria que ele ganhasse a eleição presidencial.
A Casa Branca chamou o memorando democrata de um “documento politicamente motivado” que não respondeu ou abordou as questões preocupantes levantadas no memorando republicano.
“Como o memorando da maioria [republicana] declarou, o juiz da FISA nunca foi informado de que Hillary Clinton e o DNC financiaram o dossiê que foi a base da requisição da FISA feita pelo Departamento de Justiça”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, num comunicado.
“Além disso, o memorando da minoria [democrata] falhou em abordar o fato de que o vice-diretor do FBI disse ao Comitê que, se não fosse pelo dossiê, nenhuma requisição de vigilância teria sido feita”, acrescentou Sarah Sanders no comunicado.
Uma fonte republicana que falou com a Fox News também descartou a refutação, dizendo que os democratas “querem que o público veja as árvores, e não a floresta, o grande quadro que mostra que o DOJ e a Justiça se basearam fortemente no dossiê para espionar um cidadão americano e omitiram do tribunal que a pesquisa foi financiada pela campanha de Clinton e pelo DNC”.