O principal encarregado do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina, Brian Nichols, descreveu nesta sexta-feira (04) como “outra farsa” as eleições municipais que serão realizadas na Nicarágua, no próximo domingo.
“No domingo será novamente negado aos nicaraguenses o direito de elegerem livre e justamente os seus líderes municipais”, disse o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental.
Em mensagem enviada aos jornalistas pelo gabinete de imprensa da Embaixada dos EUA na Nicarágua, Nichols argumentou que “enquanto os líderes da oposição permanecerem injustamente presos ou no exílio, e os seus partidos proibidos, não há outra opção para o povo nicaraguense em outra eleição fictícia”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou como “pantomima” as eleições gerais realizadas há um ano na Nicarágua, nas quais o ditador nicaraguense, Daniel Ortega, foi reeleito com sete dos seus principais candidatos na prisão e dois no exílio.
A governista Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que é liderada pelo ditador Ortega e atualmente governa 141 das 153 prefeituras, é a favorita para ganhar em todos os municípios da Nicarágua, devido à ilegalização de três partidos da oposição e à prisão dos seus principais líderes.
Um total de 117 prefeitos sandinistas, dos 141 municípios que governam na Nicarágua, tentarão ser reeleitos nas eleições de domingo, incluindo o de Manágua, Reyna Rueda.
Manágua, onde residem quase 2 milhões de pessoas, é o principal núcleo político da Nicarágua e tem sido administrada desde 2001 pela FSLN.
Os sandinistas participarão nestas eleições locais juntamente com cinco outros partidos políticos considerados “colaboradores” do partido no poder pela oposição excluída, que pediu a abstenção da população como forma de protesto.
Ao todo, 3.722.884 nicaraguenses com mais de 16 anos, a idade mínima de voto, são convocados às urnas para eleger os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos 153 municípios da Nicarágua, de acordo com o Conselho Supremo Eleitoral (CSE).
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