EUA chega a “princípio de acordo” com Rússia para salvar pacto nuclear

13/10/2020 22:58 Atualizado: 13/10/2020 22:58

Por Agência EFE

O enviado especial dos Estados Unidos para o Controle de Armas, Marshall S. Billingslea, disse nesta terça-feira (13) que foi estabelecido um “princípio de acordo” com a Rússia para salvar o New Start, último pacto de controle de armas nucleares entre os dois países.

“Acreditamos que existe um princípio de acordo nos mais altos níveis de nossos dois governos”, comentou Billingslea, que liderou a equipe de negociação americana desde o início, em junho, nas conversas para substituir ou renovar o New Start, que expira em 5 de fevereiro de 2021.

Durante um evento no think-tank Heritage Foundation, Billingslea explicou que os Estados Unidos podem estar dispostos a estender o New Start em troca de um congelamento mútuo dos arsenais nucleares, algo que estava relutante em fazer até agora.

“Indicamos aos russos que estamos realmente dispostos a estender o New Start por algum tempo, desde que eles concordem com uma limitação ou congelamento de seu arsenal nuclear em troca. Estamos preparados para fazer o mesmo”, explicou o diplomata.

De acordo com o representante americano, a Rússia ainda não deu sua aprovação ao acordo e enfatizou que qualquer pacto deveria deixar a porta aberta para o futuro envolvimento da China.

Desde o início das negociações, os EUA têm insistido que a China deveria fazer parte das negociações do New Start, embora o país asiático se recuse a sentar à mesa de negociações por considerar que tem muito menos armas nucleares do que Washington e Moscou.

A última rodada de negociações do New Start foi realizada em Helsinque, em 5 de outubro. Quando foi concluída, Billingslea anunciou no Twitter que houve “um progresso significativo”.

Depois desse diálogo, porém, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, se mostrou muito mais pessimista e disse que New Start morrerá por condições “absolutamente unilaterais” dos Estados Unidos.

Assinado em 2010, o New Start limita o número de armas nucleares estratégicas, com um máximo de 1.550 ogivas e 700 sistemas balísticos para cada uma das duas potências, em terra, no mar ou no ar. O acordo poderia ser prorrogado por cinco anos, até 2026.

Especialistas temem que a expiração do New Start leve a uma nova corrida ao rearmamento nuclear, já que, pela primeira vez desde 1972, não haveria um acordo de controle de armas atômicas em vigor entre as duas maiores potências nucleares do mundo. Juntos, Rússia e EUA possuem 90% de todas as armas nucleares do planeta.

 

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