EUA, Austrália e Reino Unido firmam pacto histórico de defesa contra a China

17/09/2021 18:53 Atualizado: 18/09/2021 08:34

Por Agência EFE

Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciaram nesta quarta-feira um pacto de defesa histórico, que inclui o apoio ao desenvolvimento de submarinos nucleares por australianos, com o objetivo de enfrentar a China no Indo-Pacífico.

Os três países concordam, portanto, em fortalecer a cooperação em tecnologias de defesa avançadas, como inteligência artificial, sistemas subaquáticos e vigilância de longa distância.

“É um acordo histórico que reflete a determinação do governo (do presidente Biden) em construir alianças mais fortes com o objetivo de manter a paz e a estabilidade em toda a região do Indo-Pacífico”, disse um alto funcionário do governo dos Estados Unidos, que pediu para permanecer anônimo, em uma ligação com jornalistas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez formalmente o anúncio em uma declaração à imprensa na Casa Branca, ladeada por duas televisões nas quais o primeiro-ministro australiano Scott Morrison e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também fizeram declarações ao vivo.

O presidente dos Estados Unidos destacou que os submarinos que a Austrália receberá não terão “armas nucleares”, mas serão “armados convencionalmente” e “movidos a reatores nucleares”.

“É uma tecnologia comprovada e segura”, garantiu Biden.

Na mesma linha, a autoridade norte-americana que conversou com jornalistas rejeitou que a Austrália vá desenvolver armas nucleares e garantiu que o uso desse tipo de energia é apenas “propulsão”.

Com este tipo de submarino, acrescentou a fonte, as capacidades de defesa australianas serão “muito maiores”, pois conferem “maior alcance operacional” e permitirão reforçar a cooperação com os Estados Unidos e seus aliados na área.

Embora nem Biden nem o oficial mencionassem explicitamente a China, há uma preocupação crescente nos Estados Unidos com o aumento do poder militar daquele país naquela região do mundo.

O anúncio vem uma semana antes de Biden sediar uma reunião de cúpula com os líderes da Austrália, Índia e Japão em 24 de setembro, com os quais mantém uma aliança para conter o poder da China.

Os quatro países formam o “quadrilátero”, uma aliança criada em 2007 em resposta ao boom militar de Pequim.

Biden receberá pessoalmente na Casa Branca os primeiros-ministros da Austrália, Scott Morrison; da Índia, Narendra Modi, e do Japão, Yoshihide Suga.