Por EFE
Washington, 29 maio – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira que decidiu romper a relação do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual acusa de ter acreditado demasiadamente nas informações fornecidas pela China e, por isso, gerenciado mal a crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“Hoje, estamos rompendo nosso relacionamento com a Organização Mundial da Saúde”, anunciou Trump em pronunciamento à imprensa na Casa Branca, durante o qual ele não aceitou que os jornalistas fizessem perguntas.
Em 14 de abril, o presidente dos EUA ordenou o congelamento temporário dos fundos do país para a OMS, da qual era o maior doador, e criticou o papel da agência. “Há uma grave má gestão e encobrimento da propagação do coronavírus”, denunciou.
Na semana passada, Trump deu à organização um prazo de 30 dias para realizar reformas, que nem ele nem a Casa Branca detalharam publicamente, e advertiu que, caso contrário, ele cortaria permanentemente os fundos e seu país deixaria a instituição.
Embora nem a metade desse período tenha passado, Trump decidiu pela saída nesta sexta, afirmando que a OMS se recusou a agir e adotar as reformas pedidas pelos EUA.
Embora não tenha dado mais detalhes do rompimento em entrevista coletiva concedida hoje, Trump fez um anúncio que significa a suspensão permanente da contribuição americana para a organização, agora congelada. Estima-se que o valor repassado pelos EUA é de US$ 400 milhões a US$ 500 milhões por ano, o equivalente a aproximadamente 15% do orçamento total da organização.
“A China tem controle total sobre a OMS, apesar de pagar apenas US$ 40 milhões por ano, enquanto os Estados Unidos pagam aproximadamente US$ 450 milhões”, frisou Trump, que crê que a organização falho principalmente nas fases iniciais da crise sanitária.
Diante da perspectiva de perder seu maior contribuinte, a agência lançou nesta semana uma fundação de mesmo nome com a qual poderá receber doações de pessoas físicas, empresas ou outros atores.
Os Estados Unidos já ultrapassaram 101 mil mortes pelo vírus SARS-CoV-2 e 1,7 milhão de casos de infecção e ainda não conseguiram deter o avanço da pandemia.