Por EFE
Washington, 31 ago – O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira acordos com Brasil e México sobre a importação de aço com o objetivo de proteger a indústria siderúrgica local.
O Escritório de Comércio Exterior dos EUA (USTR) anunciou em comunicado a “conclusão bem sucedida” das negociações com os dois países, os quais chamou de “parceiros comerciais chave”. Com isso, pelo menos por enquanto, fica para trás uma ameaça de sobretaxar o aço brasileiro e mexicano.
O diretor do USTR, Robert Lighthizer, elogiou a “cooperação e compromisso construtivo” da secretária de Economia do México, Graciela Márquez, ao chegar a este acordo, “apesar do desafio sem precedentes que a pandemia da Covid-19 representa para ambos os países”.
“Nossas consultas bem-sucedidas sobre o aço mostram que é possível trabalharmos juntos para encontrar soluções criativas que sirvam aos interesses dos trabalhadores e das empresas de ambos os países”, disse Lighthizer.
O México e os Estados Unidos haviam iniciado negociações para aumentar as exportações mexicanas de aço após assinarem uma declaração conjunta em 17 de maio de 2019.
Especificamente, as diferenças surgiram sobre o aumento do fornecimento de três produtos de aço mexicanos: tubo padrão, tubo mecânico e produtos semiacabados.
Como resultado do acordo, “o México estabelecerá um rigoroso regime de monitoramento de exportação para estes produtos até 1º de junho de 2021 e acompanhará de perto as remessas durante este período”, informou o USTR.
Em troca, os Estados Unidos vão manter as importações livres de tarifas destes produtos do México, e os dois países se comprometeram a rever a questão em dezembro, “à luz das condições do mercado na época”.
Com relação ao Brasil, ao qual o presidente americano, Donald Trump, concedeu uma isenção tarifária a produtos siderúrgicos em maio de 2018 e ampliou posteriormente, Washington reduziu a cota de exportação que havia concedido anteriormente.
“Em vista da recente deterioração das condições de mercado causada pela pandemia da Covid-19 que afeta os produtores nacionais de aço, os Estados Unidos consideraram necessário reduzir a cota restante de produtos de aço semiacabados brasileiros para o restante de 2020 para 60 mil toneladas métricas”, disse o USTR.
Até agora, a cota de exportação autorizada para estes tipos de produtos para o Brasil era de 350 mil toneladas métricas, mas o acordo mantém os níveis de cota existentes para outros produtos siderúrgicos, ainda segundo o USTR.
Outras consultas entre os dois países sobre a cota de aço semiacabado ocorrerão em dezembro. “Esperamos que as condições de mercado tenham melhorado até lá”, disse o escritório de comércio americano.
“As discussões entre EUA e Brasil sobre o fortalecimento de nossas futuras relações comerciais estão progredindo muito bem”, acrescentou Lighthizer.
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