Os Estados Unidos manifestaram neste sábado (24) “profunda preocupação” com os ataques dos terroristas houthis contra o petroleiro grego ‘MV Sounion’, que poderiam causar o derramamento de um milhão de barris de petróleo no Mar Vermelho, agravando a tragédia ambiental.
Em um comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou que “embora a tripulação tenha sido evacuada, os houthis parecem determinados a afundar o navio e sua carga no mar”.
Um milhão de barris, lembra o comunicado, é uma quantidade quatro vezes maior do que a do desastre do Exxon Valdez (1989), uma das maiores tragédias ambientais dos Estados Unidos, que resultou em enormes consequências para a fauna do Alasca, cujos impactos ainda estão sendo estudados.
“Por meio desses ataques, os houthis deixaram claro que estão dispostos a destruir a indústria pesqueira e os ecossistemas regionais dos quais dependem os iemenitas e outras comunidades da região para seu sustento, assim como têm prejudicado a entrega de ajuda humanitária vital para a região com seus ataques imprudentes”, denuncia o comunicado.
Por isso, os Estados Unidos fazem um apelo aos houthis para que cessem essas ações “imediatamente” e pedem a outras nações que tomem medidas para ajudar a evitar esse desastre ambiental.
A missão naval da União Europeia (UE) no Mar Vermelho alertou neste sábado que o incêndio provocado no petroleiro grego por um “ataque externo” representa uma “importante ameaça ambiental”.
Na última quinta-feira, um navio da Missão Aspides da Força Naval da UE realizou uma operação de resgate em resposta a um pedido urgente de ajuda do capitão do petroleiro ‘MV Sounion’, que havia sido atacado no dia anterior no Mar Vermelho pelos terroristas xiitas houthis .
A missão informou que, durante a operação de resgate em que todos os tripulantes do navio foram salvos, o petroleiro estava ancorado em “águas internacionais no sul do Mar Vermelho e não havia sinais visíveis de fogo a bordo”, conforme comunicado publicado em sua conta oficial na plataforma X.
No entanto, no dia seguinte, “o navio imobilizado sofreu um incêndio provocado por um ataque externo, o que representa uma importante ameaça ambiental devido ao grande volume de petróleo a bordo, que poderia causar um grave desastre ecológico com efeitos potencialmente devastadores para a biodiversidade da região”, afirmou a missão.
O ataque ocorreu a oeste de Al Hodeida, um dos principais locais de operações de onde os houthis lançam seus ataques contra navios vinculados a Israel.
Essas ações dos terroristas começaram em novembro passado em defesa dos palestinos da Faixa de Gaza e com o objetivo de causar danos econômicos a Israel, o que tem obrigado as grandes companhias de navegação a desviar suas rotas por essa importante via marítima comercial.
