Os Estados Unidos agora acreditam que as alegações da Rússia de retirada de tropas da fronteira com a Ucrânia são “falsas”, em meio a temores de uma invasão iminente.
“Ontem, o governo russo afirmou que estava retirando tropas da Ucrânia”, relatou um alto oficial do governo Biden a repórteres na noite de quarta-feira. “Eles receberam muita atenção por essa reivindicação, tanto aqui quanto em todo o mundo. Mas agora sabemos que era falsa”.
O oficial afirmou que, em vez disso, a Casa Branca acredita que a Rússia aumentou o número de tropas reunidas ao longo da fronteira.
“Confirmamos agora que, nos últimos dias, a Rússia aumentou sua presença de tropas ao longo da fronteira ucraniana em até 7.000 soldados, com alguns chegando recentemente”, relatou o oficial.
“Toda indicação que temos agora é que eles pretendem apenas se oferecer publicamente para falar e fazer reivindicações sobre a desescalada enquanto, de maneira privada, se mobilizam para a guerra”, continuou o oficial, observando que o governo Biden está recebendo informações de que uma invasão da Ucrânia liderada por Moscou poderia ocorrer “a qualquer momento”.
O alto oficial não elaborou ou forneceu evidências para suas alegações, mas sugeriu que Moscou poderia fabricar alegações para depois usar como um “pretexto falso” para justificar uma invasão da Ucrânia.
“Temos visto um aumento de falsas alegações dos russos nos últimos dias, incluindo relatos de uma sepultura não marcada de civis supostamente mortos pelas Forças Armadas ucranianas, declarações de que os EUA e a Ucrânia estão desenvolvendo armas biológicas ou químicas e que o Ocidente está canalizando guerrilheiros para matar moradores”, declarou o oficial.
“Cada uma dessas alegações é categoricamente falsa e esperamos mais relatos falsos da mídia estatal russa nos próximos dias”, acrescentaram.
“Não sabemos qual será a forma de falso pretexto, mas esperamos que o mundo esteja pronto. Assim como as alegações da Rússia sobre a retirada de tropas eram falsas, também será qualquer pretexto que eles inventarem para justificar essa escolha de guerra.”
Moscou negou repetidamente que planeja invadir a Ucrânia.
As alegações do oficial desafiam a narrativa da Rússia nos últimos dias de que começou a retirar algumas de suas tropas das fronteiras da Ucrânia, inclusive da Crimeia, a qual foi anexada pela Rússia em 2014.
Autoridades ocidentais estimam que cerca de 150.000 soldados russos estejam estacionados na fronteira com a Ucrânia.
A Ucrânia também questionou a afirmação da Rússia de que retirou soldados e pediu para ver evidências de que o fez.
“Ouvimos continuamente diferentes declarações da federação russa, por isso temos uma regra… acreditamos no que vemos. Se virmos a retirada, vamos acreditar na desescalada”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em uma coletiva de imprensa no dia 15 de fevereiro, segundo a agência de notícias Interfax Ucrânia.
O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou em entrevista à MSNBC, na quarta-feira, que os Estados Unidos ainda não “viram nenhuma retração de suas forças”.
“Continuamos a ver unidades críticas se movendo em direção à fronteira, não para longe da fronteira”, declarou Blinken.
De acordo com a Foreign Policy, o secretário de Defesa Lloyd Austin e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, devem realizar uma coletiva de imprensa conjunta na quinta-feira.
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