Os Estados Unidos advertiram, nesta quinta-feira (05), que continuarão pressionando a ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, para que respeite os direitos humanos, já que a pressão que tem sido exercida nos últimos meses foi importante para a libertação de 135 presos políticos.
“Este é o resultado de meses de pressão pública e privada por parte dos Estados Unidos para que Ortega-Murillo liberte as pessoas detidas injustamente”, disse o subsecretário de Estado adjunto para a América Central no Escritório de Relações Exteriores do Hemisfério Ocidental, Eric Jacobstein.
Na verdade, afirmou, “o regime nicaraguense não obteve nada” em troca da libertação dos 135 presos que foram transferidos para a Guatemala, mas sim “uma ação unilateral” do regime nicaraguense.
Assim, o que aconteceu não implica uma mudança na política dos Estados Unidos em relação à Nicarágua, que continuam vendo como um país governado por um “regime repressivo”.
“Ortega e Murillo continuam reprimindo a democracia, não respeitam os direitos humanos dos nicaraguenses e aprofundam a colaboração da Nicarágua com governos autoritários como Rússia e China, por isso continuaremos promovendo a responsabilização”, disse Jacobstein.
Entre as 135 pessoas libertadas estão 13 membros da ONG Mountain Gateway, com sede no Texas, além de laicos católicos, estudantes e outras pessoas que, segundo o governo de Joe Biden, Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, “consideram uma ameaça ao seu governo autoritário”.
Jacobstein confirmou que os Estados Unidos facilitaram o transporte dos prisioneiros para a Guatemala e agradeceu ao seu presidente, Bernardo Arévalo de León, por recebê-los.
“A Guatemala foi um parceiro óbvio para isso, dada a sua liderança na região, dada a liderança do presidente Arévalo em todas as questões, incluindo os direitos humanos na região”, acrescentou.
Sobre o estado de saúde dos presos, o subsecretário – que testemunhou a operação de libertação – lembrou que se trata de pessoas “que foram vítimas de tortura e que passaram por momentos extremamente difíceis”, mas que, em geral, estão “em bom estado de saúde e bom humor”.
“Eles desceram do avião dizendo: Deus abençoe os Estados Unidos, Deus abençoe a Guatemala. Muito gratos e de bom humor. Obviamente, eles agora estão recebendo apoio de saúde e psicossocial. Eles também receberam apoio de saúde no avião, mas, em geral, consideramos que estão em bom estado”, detalhou.
Uma vez na Guatemala, eles terão a opção de permanecer naquele país, buscando meios legais para chegar aos Estados Unidos por meio do Programa de Admissão de Refugiados ou iniciando os trâmites para ir a outros países.
Em fevereiro do ano passado, o governo da Nicarágua libertou 222 presos políticos e expulsou-os do país. Nessa ocasião, após serem libertados, foram transferidos ao aeroporto internacional de Manágua para embarcar em avião com destino a Washington.