Venezuela, Cuba e Nicarágua “não deveriam estar presentes” na Organização dos Estados Americanos (OEA), segundo opinou nesta quinta-feira o recém-nomeado embaixador dos Estados Unidos na entidade, Francisco Mora.
O embaixador, que apresentou suas credenciais à organização na semana passada, disse em conversa por telefone com jornalistas que apenas países com governos “eleitos democraticamente” devem ter representação na OEA.
“Se vamos nos comprometer com a carta da OEA (…) países onde existem esses tipos de regimes não deveriam estar presentes”, disse Mora, referindo-se a Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Sobre este último país, porém, Mora destacou que, em sua opinião, se forem realizadas eleições “livres e justas” como parte das negociações entre a oposição e o governo do presidente Nicolás Maduro, a Venezuela poderia entrar novamente na OEA.
“Não há razão para pensar que o próximo governo que seja eleito após eleições livres (…) não possa voltar com um representante ao Conselho Permanente”, declarou o embaixador, de origem cubana.
Até o início deste ano, a cadeira da Venezuela na OEA era ocupada por Gustavo Tarre, representante enviado pelo líder opositor venezuelano Juan Guaidó, reconhecido então pelos Estados Unidos como presidente interino da Venezuela.
Tarre deixou suas funções na OEA depois que o Legislativo paralelo, controlado pela oposição, decidiu destituir Guaidó da presidência interina.
Por sua vez, o governo de Maduro apresentou em 2017 um pedido formal para retirar seu país da OEA.
Da mesma forma, a Nicarágua também decidiu iniciar o processo para deixar a OEA em 2021 e seu embaixador na organização, Artur McFields, renunciou ao cargo em abril de 2022, denunciando o governo de Daniel Ortega por violações de direitos humanos em um discurso perante o Conselho Permanente.
Cuba, por sua vez, foi excluída do sistema interamericano em 1962 por sua adesão ao bloco comunista soviético e seu enfrentamento com Washington após a revolução liderada por Fidel Castro em 1959. Os membros do bloco regional anularam essa decisão em 2009, mas desde então Cuba não pediu sua reintegração.
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