EUA adverte que está ficando sem “paciência” à espera de atas de votação da Venezuela

Por Agência de Notícias
31/07/2024 18:06 Atualizado: 31/07/2024 18:06

Os Estados Unidos advertiram nesta quarta-feira (30) que estão “ficando sem paciência” à espera de que as autoridades da Venezuela divulguem as atas de votação que provariam a vitória de Nicolás Maduro, nas eleições do último domingo, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país sul-americano.

“Nossa paciência e a da comunidade internacional estão se esgotando enquanto esperamos que as autoridades eleitorais venezuelanas sejam honestas e divulguem os dados completos e detalhados dessas eleições para que todos possam ver os resultados”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em entrevista coletiva.

Kirby afirmou que o governo do presidente Joe Biden concorda com as conclusões divulgadas pelo Cater Center, uma organização americana convidada pela Venezuela como observadora e que considerou antidemocráticas as eleições no país.

O porta-voz também alegou que os protestos na Venezuela nos últimos dias se devem ao fato de que “o povo venezuelano está saindo às ruas para exigir que os votos sejam contados” e afirmou que “eles não podem ser culpados por isso”.

“Temos sérias preocupações sobre os mandados de prisão que Maduro e representantes poderiam emitir hoje contra os líderes da oposição”, declarou Kirby, que também condenou “a violência política e a repressão de qualquer tipo”.

“A comunidade internacional está observando e nós responderemos de acordo”, alertou.

Em outra entrevista coletiva, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, também declarou que a paciência dos EUA e da comunidade internacional está “se esgotando” e enfatizou que “cada vez mais países” estão pedindo ao CNE venezuelano que divulgue as atas de votação.

O CNE declarou a vitória de Maduro no início da manhã de segunda-feira com 51% dos votos, mas o principal bloco de oposição alega que seu candidato, Edmundo González Urrutia, foi o legítimo vencedor.

ONU, União Europeia (UE), EUA, Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina e Espanha, entre outros, pediram que as autoridades eleitorais venezuelanas divulguem as atas de votação para verificar a suposta vitória de Maduro, enquanto milhares de pessoas saíram às ruas da Venezuela para protestar contra o que consideram uma fraude eleitoral.