Os Estados Unidos advertiram os líderes norte-coreanos de que seriam “completamente destruídos” no caso de uma guerra, depois que Pyongyang realizou um teste de lançamento com o seu mais avançado míssil balístico intercontinental, colocando o território continental dos Estados Unidos dentro do seu alcance.
A administração de Trump repetidamente assinalou que todas as opções estavam sobre a mesa para lidar com o programa de armas balísticas e nucleares da Coreia do Norte, incluindo as forças armadas, mas que ainda prefere dar espaço à opção diplomática.
Ainda assim, ao falar na reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora dos Estados Unidos, Nikki Haley, alertou:
“Nós nunca buscamos a guerra com a Coreia do Norte, e até hoje não a queremos. Caso ocorra uma guerra, isso será devido aos contínuos atos de agressão como o que testemunhamos ontem… E se a guerra chegar, não se enganem, o regime norte-coreano será completamente destruído”.
A embaixadora destacou que os Estados Unidos pediram à China para cortar o fornecimento de petróleo à Coreia do Norte, um passo drástico que Pequim — único parceiro comercial importante da Coreia do Norte — até agora se absteve de implementar. Na quarta-feira (29), Trump falou com o presidente chinês Xi Jinping e anunciou que mais sanções serão impostas a Pyongyang.
“Acabei de falar com o presidente Xi Jinping da China sobre as provocações da Coreia do Norte. Hoje, novas e importantes sanções serão impostas à Coreia do Norte. Esta situação será resolvida”, escreveu Trump em seu Twitter.
Just spoke to President XI JINPING of China concerning the provocative actions of North Korea. Additional major sanctions will be imposed on North Korea today. This situation will be handled!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 29, 2017
O último míssil foi lançado uma semana depois que o presidente norte-americano reinseriu a Coreia do Norte em uma lista de países que apoiam o terrorismo, permitindo assim a possibilidade de impor mais medidas restritivas.
O chefe de assuntos políticos das Nações Unidas, Jeffrey Feltman, se reuniu na quarta-feira com o embaixador norte-coreano Ja Song Nam para dizer-lhe que Pyongyang deve “desistir de tomar medidas desestabilizadoras” depois que o país fez um lançamento de outro míssil balístico.
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou na quarta-feira que espera que os membros do Conselho de Segurança da ONU, China e Rússia, aumentem as sanções contra a Coreia do Norte.
“Espero que possam ajudar, especialmente a China e a Rússia, a aplicar sanções mais difíceis e efetivas”, disse Macron à emissora France 24 TV.
A Coreia do Norte, que realizou o sexto e maior teste de bomba nuclear em setembro, testou dezenas de mísseis balísticos sob a liderança de Kim Jon-un, desafiando assim as sanções internacionais.
A Coreia do Norte afirmou que o novo míssil atingiu a altitude de aproximadamente 4.480 km — mais de 10 vezes a altura da Estação Espacial Internacional — e percorreu a distância de 950km durante seu voo de 53 minutos.
O míssil voou mais alto e por mais tempo do que qualquer outro, caindo no mar perto do Japão. Especialistas disseram que o novo míssil “Hwasong-15” teoricamente deu à Coreia do Norte a capacidade de alcançar os Estados Unidos, incluindo a costa leste, embora não esteja claro se pode levar uma arma nuclear.
A mídia estatal norte-coreana anunciou que o míssil foi lançado a partir de um veículo recentemente desenvolvido e que a ogiva pode suportar a pressão do retorno à atmosfera, o que, se confirmado, representará um avanço técnico importante.
Kim coordenou pessoalmente o teste e disse que o novo sistema de lançamento era “impecável”, informou a mídia estatal. Ele descreveu o novo veículo como um “passo à frente”. A Coreia do Norte também descreveu a si mesma como uma potência nuclear responsável”, afirmando que suas armas estratégicas foram desenvolvidas para auto defesa contra a “política de chantagem nuclear e da ameaça nuclear do imperialismo ianque”.
Especialistas em energia nuclear explicam que a Coreia do Norte ainda não demonstrou ter superado todos os obstáculos técnicos, incluindo a capacidade de lançar uma pesada ogiva nuclear de forma efetiva através de um míssil balístico intercontinental ICBM, mas é provável que em breve possa fazê-lo.
“Ameaça em todos os lugares”
Autoridades norte-americanas, japonesas e sul-coreanas concordaram que o míssil, que caiu na zona econômica exclusiva do Japão, era provavelmente um míssil balístico ICBM.
“Este foi mais alto, francamente, que qualquer lançamento anterior feito por eles, em um esforço de pesquisa e desenvolvimento para continuar a construir mísseis balísticos e assim continuar ameaçando o mundo inteiro”, disse Jim Mattis, secretário de Defesa dos Estados Unidos, para jornalistas na Casa Branca.
O encontro internacional no Canadá em janeiro próximo foi projetado para produzir “melhores ideias” que aliviem as tensões sobre os testes nucleares e de mísseis balísticos de Pyongyang, disseram autoridades canadenses na quarta-feira (29), embora a Coreia do Norte não vá ser convidada.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse na quarta-feira que os Estados Unidos têm “uma longa lista de potenciais sanções adicionais, algumas das quais envolvem possíveis instituições financeiras norte-coreanas, e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos as anunciará quando estiverem prontas para serem implementadas”.
Costa Leste dos Estados Unidos na mira
O novo Hwasong-15, que recebeu o nome do planeta Marte, é uma versão mais avançada do míssil ICBM testado duas vezes em julho, declarou a Coreia do Norte. Foi projetado para transportar uma “ogiva pesada super-grande”.
Com base em sua trajetória e distância alcançada, o míssil pode ter um alcance de mais de 13.100 km, mais do que suficiente para chegar a Washington e ao resto dos Estados Unidos, disse a União de Cientistas Preocupados, com sede nos Estados Unidos.
No entanto, não está claro quão pesada pode ser a carga útil que o míssil é capaz de transportar, nem se poderia levar uma grande ogiva nuclear a uma distância tão grande, acrescentou o grupo sem fins lucrativos.
Daqui a apenas três meses, a Coreia do Sul será anfitriã dos Jogos Olímpicos de Inverno em um complexo turístico localizado a apenas 80 km da fronteira fortemente fortificada com a Coreia do Norte.
Pyongyang especificou que seus programas de armas são uma defesa necessária para combater os planos de invasão dos Estados Unidos, que a Coreia do Norte tem 28.500 soldados espalhados pela Coreia do Sul como legado da Guerra da Coreia de 1950-53, e nega essa intenção.
Veja aqui um infográfico sobre a Coreia do Norte nuclear.
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