EUA acusa Hamas de usar hospitais para operações militares e esconder reféns

Por Agência de Notícias
15/11/2023 12:40 Atualizado: 15/11/2023 12:40

O porta-voz de Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, disse nesta terça-feira (14) que os Estados Unidos têm informações de que o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina estão usando alguns hospitais da Faixa de Gaza, entre eles Al Shifa, e os túneis sob eles para operações militares e para esconder reféns e armas.

“Eles armazenaram armas lá e estão preparados para responder a uma operação militar israelense contra essa instalação”, o que configura “crime de guerra”, disse Kirby em conversa com a imprensa a bordo do avião presidencial Air Force One.

O Hamas, segundo ele, está usando Al Shifa, o principal hospital da Faixa de Gaza, “como centro de controle e provavelmente para armazenar equipamentos e armas”.

“Os EUA não apoiam o ataque aéreo a hospitais, nem querem ver um tiroteio no hospital, onde pessoas doentes e indefesas estão tentando obter o atendimento médico que merecem”, disse.

“Os hospitais e os pacientes devem ser protegidos. E isso apenas mostra como a operação militar é desafiadora, porque o Hamas criou raízes profundas entre a população civil, e Israel agora tem um fardo adicional a suportar devido à forma como o Hamas atua”, acrescentou.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ontem a proteção do hospital Al Shifa, depois que as autoridades da Faixa de Gaza advertiram que o centro médico enfrenta uma situação crítica por causa do cerco israelense.

Ele disse que está em contato com as autoridades israelenses e expressou a esperança de que “haverá menos ações intrusivas nos hospitais”.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) anunciou hoje que todos os hospitais no norte da Faixa de Gaza, onde está localizada a parte mais densa da infraestrutura de saúde do território, pararam de funcionar, com uma exceção: o hospital Al Ahli, onde há 500 pacientes e que pode continuar a receber outros, apesar das dificuldades.

A situação em Al Shifa era a que parecia mais grave nos últimos dias, já que o principal hospital de Gaza esteve recentemente no centro de confrontos armados e foi danificado por bombardeios israelenses.

De acordo com a ONU, nos últimos dois dias, 32 pacientes e três bebês prematuros morreram em Al Shifa devido ao corte de energia e às condições extremamente precárias.

As últimas informações recebidas do hospital indicam que, até ontem, havia entre 600 e 650 pacientes hospitalizados, 200 a 250 funcionários e 1.500 pessoas abrigadas por terem tido que deixar suas casas.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) ordenaram a evacuação dos hospitais no norte da Faixa de Gaza, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que isso era equivalente a uma sentença de morte devido ao colapso do sistema médico como um todo, e que os hospitais no sul não tinham absolutamente nenhuma capacidade – e ainda não têm – para receber os pacientes que chegam do norte.

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