Por Agência EFE
David Oliveros, um estudante de 16 anos de Miami-Dade (Flórida), foi preso nesta quinta-feira após confessar sua responsabilidade no ciberataque que arruinou o retorno às aulas virtuais desde segunda-feira passada e no qual hackers da Rússia e China também estariam envolvidos, de acordo com autoridades escolares.
“É desanimador que um de nossos próprios alunos tenha admitido ter causado intencionalmente esse tipo de perturbação”, disse Alberto Carvalho, superintendente escolar de Miami-Dade, o quarto maior distrito escolar dos Estados Unidos, após a prisão.
Carvalho posteriormente assegurou em entrevista coletiva que por trás do ataque cibernético às aulas virtuais implementado devido à pandemia do COVID-19 existem também “países estrangeiros como Rússia, Ucrânia, China, Iraque e possivelmente outros”.
O endereço IP do suspeito foi rastreado até Oliveros, um estudante do terceiro ano da South Miami Senior High School, no sudoeste de Miami, que não tinha ficha criminal.
As autoridades especificaram que Oliveros confessou ter orquestrado oito dos ciberataques, destinados à negação de serviço e especificamente concebidos para sobrecarregar as redes do distrito, incluindo os sistemas web necessários à rede virtual instalada para as aulas virtuais devido à pandemia.
Eles detalharam que o aluno utilizou um aplicativo da Internet para realizar os ataques.
De acordo com os resultados da investigação, que incluiu o FBI, o Serviço Secreto e as forças policiais do estado da Flórida, não está descartado que haja mais cúmplices no ataque às redes de computadores.
Oliveros enfrenta acusações de uso de computadores na tentativa de fraude, o que é um crime de terceiro grau, e de interferência em uma instituição educacional, o que é uma contravenção de segundo grau.
Desde o início do ano letivo, o distrito escolar de Miami-Dade foi alvo de mais de uma dúzia de ataques cibernéticos, de acordo com as autoridades escolares.
Carvalho havia apontado esta semana que os ataques eram em parte responsáveis pela enorme desaceleração que alunos e professores sofreram desde segunda-feira, que também teve falhas de software.
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