Estratégia de guerra: secretário geral da OTAN e G7 responsabilizam Putin por crise alimentar e energética

24/06/2022 17:18 Atualizado: 24/06/2022 17:18

Por Agência EFE

O secretário geral da OTAN, Jens Stoltenberg, responsabilizou nesta sexta-feira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e sua decisão de ordenar a “brutal invasão da Ucrânia”, pela alta dos preços dos alimentos em escala mundial.

“Não são as nossas sanções, mas a guerra” que causou “os atuais problemas para obter cereais fora da Ucrânia”, disse Stoltenberg em entrevista à Agência Efe nas vésperas do início da cúpula da OTAN, que será realizada de 28 a 30 de junho, em Madri.

Segundo o secretário geral, “Putin está usando a comida” também como um instrumento, “com grandes ramificações para as pessoas comuns, que têm de pagar um preço mais alto, tanto nos alimentos como na energia”.

“Celebro a atitude que os aliados estão tomando, os vários esforços que estão fazendo para encontrar uma solução para tirar os cereais da Ucrânia”, comentou Stoltenberg, indicando ao mesmo tempo que gostaria de ver mais envolvimento da ONU neste sentido.

“Gostaria de ver a ONU assumir um papel mais ativo e tentar nos apoiar nestes esforços”, frisou Stoltenberg.

O secretário geral da OTAN, Jens Stoltenberg (EFE/EPA/STEPHANIE LECOCQ)

A guerra na Ucrânia, a crise alimentar e energética resultante, o chamado “novo conceito estratégico”, além da eventual integração de Finlândia e Suécia à OTAN, se conseguirem superar o até agora inamovível veto da Turquia, serão as principais questões que os líderes dos 30 países da OTAN abordarão na cúpula em Madri.

G7 responsabiliza Rússia por crise alimentar e pede soluções

Os ministros das Relações Exteriores do G7 reiteraram nesta sexta-feira sua condenação à guerra na Ucrânia, responsabilizaram a Rússia pela crise alimentar mundial e pediram o desbloqueio dos portos ucranianos para a saída do trigo do país.

Em comunicado após uma reunião em Berlim, os ministros lembraram que, além do bloqueio aos portos no mar Negro, a Rússia está bombardeando armazéns de trigo e infraestrutura agrícola.

Além disso, acusaram a Rússia de propagar uma falsa narrativa e fazer campanha de desinformação sobre as sanções, que não afetam os alimentos, de forma que os produtos agrícolas podem chegar aos mercados mundiais.

Os ministros exigiram o fim do bloqueio aos portos do mar Negro para permitir a exportação de alimentos e também o fim dos ataques.

Também foi expressado respaldo aos esforços da ONU para reabrir a rota do mar Negro para cereais e o plano de ação da Comissão Europeia para criar uma “Rota de Solidariedade” para o transporte de grãos por terra.

De acordo com os ministros, a Ucrânia receberá apoio político e militar o tempo que for necessário, além de ajuda humanitária e apoio para a reconstrução e a estabilização do país.

O apoio também foi oferecido a países vizinhos, principalmente a Moldávia, afetados pelo fluxo de refugiados ucranianos.

Por último, os ministros do G7 comemoraram a decisão do Conselho Europeu de conceder o status de candidato a entrada na União Europeia para Ucrânia, Moldávia e Geórgia.

 

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