O governo dos Estados Unidos está considerando conceder anistia ao ditador venezuelano Nicolás Maduro, caso ele reconheça a vitória da oposição nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal no domingo (11).
Segundo o jornal americano, a Casa Branca está disposta a explorar todas as opções para persuadir Maduro a deixar o poder antes da posse, prevista para janeiro.
Entre as alternativas consideradas estão perdões para ele e seus principais aliados, bem como garantias do governo dos EUA de não solicitar a extradição das lideranças do regime.
O Departamento de Justiça dos EUA acusou Nicolás Maduro e 14 de seus aliados de envolvimento em narcotráfico, narcoterrorismo e outros crimes. Como parte das investigações, foi oferecida uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levem à prisão dos acusados.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor para um terceiro mandato consecutivo, mesmo sem apresentar as atas eleitorais. De acordo com o CNE, o chavista recebeu 51,2% dos votos, enquanto seu oponente, Edmundo Gonzalez, alcançou 44%.
Desde a divulgação do resultado, a comunidade internacional tem pressionado pela divulgação das atas eleitorais para confirmar a legitimidade da apuração. Esse apelo foi sublinhado em uma nota conjunta assinada por diversos governos.
Em resposta às contestações, Maduro expulsou diplomatas de sete países: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
De acordo com um relatório divulgado na terça-feira (6), pelo menos 24 pessoas já morreram na Venezuela durante protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro. A ONG de direitos humanos Provea forneceu a atualização, conforme noticiado pela agência France-Presse.
“Os registros da Provea dão conta de 24 pessoas falecidas entre o domingo, 28 de julho, e a segunda-feira, 5 de agosto, em eventos e protestos relacionados com as eleições”, diz o boletim.
De acordo com um relatório da ONG Foro Penal, que se dedica à defesa de presos políticos na Venezuela, 1.305 pessoas foram detidas desde o dia 29 de julho.