Na última terça-feira (2), parlamentares, militantes e organizações socialistas uniram-se em apoio ao que denominaram como “processo eleitoral” na Venezuela, agendado para o dia 28 de julho deste ano.
O grupo, composto por 20 organizações, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), juntamente com políticos, assinou uma carta exigindo que não haja interferência no processo eleitoral venezuelano.
O que se destaca no documento, além do respaldo a uma das ditaduras mais sanguinárias da atualidade, é que a carta elogia o processo eleitoral do país vizinho e cita o uso de urnas eletrônicas com “voto impresso para checagem”.
“A Venezuela tem um sistema eleitoral democrático, que usa urnas eletrônicas e que tem também voto impresso, para checagem. Realizou mais de 30 eleições nesse período. Todas auditadas por autoridades judiciais internacionais, inclusive do Brasil”, diz um trecho do texto.
Em 2021, o deputado Orlando Silva (PCdoB), signatário da carta de apoio ao processo na Venezuela, criticou veementemente a proposta de implementação do voto impresso no Brasil. Em um artigo divulgado no site oficial do PCdoB, Silva afirmou que a iniciativa tinha como intuito desacreditar o processo eleitoral.
“O voto impresso, pauta artificial imposta por Jair Bolsonaro como forma de desacreditar o processo eleitoral, terá seu relatório apreciado nesta 5ª feira (5.ago.2021) na comissão especial criada para tratar do tema”, escreveu o deputado.
“Há uma opinião consolidada contra o voto impresso na maioria dos partidos políticos e dos deputados que compõem a comissão especial, uma vez que a medida é um retrocesso e embute riscos que podem comprometer as eleições e subverter o sigilo do voto”, completou.
Na época, o MST, que também assina a carta, celebrou a rejeição do voto impresso na Câmara dos Deputados em seu pefil no X (antigo Twitter).
“VITÓRIA! VOTO IMPRESSO DERROTADO NA CÂMARA! Por 229 x 218, o plenário da Câmara dos Deputados acaba de rejeitar o voto impresso! #VotoImpressoNAO”.
Em outro trecho, o documento conclama “todos os movimentos populares brasileiros, as centrais sindicais, os partidos políticos, as associações de juízes e ministério público, viagem para Venezuela e acompanhem in loco o processo eleitoral”.