Por Agência EFE
A escassez de diesel na Argentina se agravou e se propagou para quase todo o país, afetando várias atividades econômicas, principalmente o transporte de cargas, segundo alertaram fontes empresariais nesta segunda-feira.
Segundo dados divulgados hoje pela Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Carga (FADEEAC), entre 15 de junho e sábado passado, 23 dos 24 distritos em que o país está dividido apresentaram problemas de abastecimento de diesel, combustível amplamente utilizado em máquinas agrícolas, caminhões e ônibus de passageiros.
O “mapa de abastecimento” elaborado pela entidade empresarial mostra que a província meridional de Tierra del Fuego foi o único distrito da Argentina em que os transportadores de carga não tiveram problemas em abastecer com diesel.
A escassez de diesel vem sendo registrada desde o último mês de abril, quando produtores rurais informaram que não tinham combustível suficiente para colher suas lavouras e depois transportá-las para locais de armazenamento e portos de exportação. Desde então, a situação se agravou e se espalhou por todo o país.
De acordo com o “mapa de abastecimento” atual, existem 16 distritos – incluindo as quatro províncias mais populosas do país e a cidade de Buenos Aires – marcados em “vermelho”, onde há muito pouco ou nenhum abastecimento nos postos.
Em outras quatro províncias “em laranja” a oferta média é de 20 litros por veículo devido à imposição de cotas, quando um caminhão precisa entre 35 e 40 litros para percorrer 100 quilômetros – uma distância curta dada a enorme extensão do país.
Junto com a escassez e a alta acentuada dos preços do pouco combustível disponível, ainda são registrados atrasos que afetam a operação do transporte de cargas.
Os meses de colheita de grãos e embarque para o porto são tradicionalmente quando a demanda por diesel aumenta na Argentina, o que normalmente se reflete em altas nas importações deste combustível neste período.
Mas desta vez, o país enfrenta um cenário de falta de divisas e preços internacionais de energia excepcionalmente altos.
Por outro lado, em meio à crescente demanda de agricultores, industriais e transportadores, o governo prometeu aumentar as importações de diesel para normalizar o abastecimento.
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