Por Michael Caceres, Gospel Prime
Desde o fim de 2018, Cuba, que vive um regime comunista, enfrenta uma escassez generalizada de alimentos e produtos de higiene, como sabonete e pasta de dente. Nos últimos meses essa crise se agravou, levando a população ao desespero, enfrentando filas longas em busca de comida.
Segundo a BBC, o desabastecimento na ilha tem gerado insegurança alimentar para a população, que enfrenta filas gigantescas para conseguir algum tipo de alimento. As pessoas relatam que mesmo tendo dinheiro, não conseguem adquirir produtos básicos, pois eles simplesmente não estão à disposição.
“É uma situação muito desesperadora, você se sente muito impotente porque nem com dinheiro consegue as mercadorias”, relatou Maydelis Blanco Rodríguez, uma cubana de 32 anos.
Comprar salsicha, frango, arroz, ervilha, feijão, ovo ou óleo se tornou um desafio diário para os cubanos, além de provocar tumultos, discussão e pancadaria. O regime cubano iniciou um racionamento de alimentos, com o objetivo de “conseguir maior equidade na distribuição de alguns produtos” e “evitar a acumulação compulsiva”.
O atual Presidente do Conselho de Estado de Cuba, Miguel Díaz-Canel, acusou os Estados Unidos pelo caos na ilha, especialmente por conta das novas sanções do presidente americano, Donald Trump. Ele diz que a falta de produtos se deve ao “aumento das perseguições financeiras”.
“Esta situação tem entre suas causas o recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos e o aumento das perseguições financeiras”, afirmou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, durante uma reunião da Comissão Agroalimentar do Conselho de Ministros de Cuba.
A situação não atinge apenas a capital Havana, mas também províncias do interior da ilha, onde o desabastecimento é ainda pior, o que tem gerado confusão e princípios de confrontos entre a população.
“Outro dia eu estava na fila porque conseguiram cabeça, pata e língua de porco, e dois homens começaram a se agredir. A polícia teve que intervir. É incrível que depois de 60 anos da revolução, as pessoas quase se matem para comprar uma língua de porco”, diz Pinar del Rio Teresa García, de 86 anos.
Cuba importa entre 60% a 70% dos alimentos que consome, segundo dados oficiais. Atualmente a população da ilha é de mais de 11 milhões de habitantes. Um dos fatores para o desabastecimento seria a crescente perda de capacidade de importação. Tudo indica que a falta de pagamento também levou alguns fornecedores a fecharem suas portas.