Escândalo na Colômbia: denúncia de venda de órgãos de bebês abortados

19/02/2020 23:34 Atualizado: 20/02/2020 02:19

Por Andrés Fernández, Panam Post

Profamilia, uma organização privada dedicada a promover “o respeito e o exercício dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de toda a população colombiana”, é acusada de exportar e comercializar órgãos de bebês abortados para os Estados Unidos.

A denúncia foi feita por Andrés Belalcázar, procurador adjunto de Assuntos Constitucionais, que auxiliou na substituição de Ilva Myriam Hoyos, vice-advogada de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Família, no evento realizado no Congresso da República que Foi chamado de “aborto legal na Colômbia”. Diante disso, a diretora da Profamilia, Marta Elena Royo, disse que as declarações do advogado são falsas e que a entidade não realiza tais processos de transferência de órgãos para o exterior.

Deve-se lembrar que há algumas semanas a organização também estava envolvida em uma controvérsia sobre a decisão de uma jovem de abortar seu bebê quando ela estava com sete meses de gravidez. O caso ocorreu em meados de janeiro, porque Juan Pablo Medina, ex-companheiro da mulher, se sentou em frente à clínica La Estancia em Popayán, onde o aborto seria realizado.

 

Apesar das críticas e da pressão de Medina em querer ter seu filho, Profamilia realizou o procedimento.

Uribe pede referendo contra o aborto

O ex-presidente e senador do Centro Democrático, Álvaro Uribe, rejeitou totalmente a proposta de descriminalização total do aborto antes das 16 semanas de gestação, que está sendo estudada pelo magistrado do Tribunal Constitucional Alejandro Linares.

Em contraste, o ex-presidente propôs um referendo contra o aborto. “Precisamos nos preparar para um referendo contra a negligência no aborto, qual é o respeito pela vida!”, Disse ele em sua conta no Twitter.

A proposta do juiz Linares aponta para a descriminalização do aborto antes das 16 semanas de gestação. Posterior a estas seriam aplicados os três fundamentos estabelecidos pelo mesmo tribunal para descriminalizar o aborto: que a vida da mãe está em risco, que a gravidez é resultado de uma violação ou que há uma malformação do feto.

A diretora nacional do Centro Democrático, Nubia Estella Martinez, disse que abrir as portas para o aborto no país é contra a vida, a moral e a família.

A iniciativa promovida por Uribe seria acompanhada por um amplo setor da sociedade que rejeita o aborto em todas as suas manifestações. Entre eles, a linha conservadora, a igreja, movimentos de direita e centro de direita, entre outros. No entanto, também existem detratores como a prefeita de Bogotá, Claudia López, que se mostrou a favor da descriminalização do aborto.

Por meio de um documento, a Secretaria de Mulheres de Bogotá solicitou ao Tribunal Constitucional que considerasse a descriminalização total do aborto e mantivesse os direitos reconhecidos pelo tribunal superior nas três condições já estabelecidas para as mulheres colombianas.

Diante da solicitação do prefeito de Bogotá, foi denunciado que existe uma “vinícola” de jornalistas relacionados ao governo López que faz lobby para promover esse tipo de questões nas redes sociais e, assim, dar maior visibilidade.

Este artículo fue publicado originalmente en PanAm Post.