A candidata à presidência da principal coalizão opositora da Venezuela, María Corina Machado, lançou nesta terça-feira um comando de campanha em Miami, no sul da Flórida, que servirá de sede nos Estados Unidos do que ela chamou de “grande causa em prol de uma transição ordenada” no país sul-americano.
“Hoje temos pela frente os dias mais importantes de nossas vidas”, disse a líder opositora em mensagem gravada, transmitida no Museu Americano da Diáspora Cubana, que sediou a cerimônia de posse da equipe de campanha, chamada Com a Venezuela nos EUA (em tradução livre).
Na mensagem de vídeo, Machado destacou a “responsabilidade especial da equipe nos EUA de agregar venezuelanos, latino-americanos e norte-americanos ao grande movimento que busca pôr fim a essa tirania e avançar para uma transição ordenada”.
“O processo de reconstrução democrática é imparável”, disse a líder opositora, que pediu para não duvidar da força da coalizão, especialmente desde as “heroicas (eleições) primárias de 22 de outubro”, nas quais ela foi eleita com uma maioria esmagadora.
“O regime tentou acreditar que não podemos derrotá-los e que temos que nos resignar a uma Venezuela que está desaparecendo, que está sendo destruída”, declarou.
Para Machado, as próximas eleições gerais na Venezuela “representam uma enorme oportunidade e, por essa razão, é necessário fazer com que a comunidade internacional confie na força do povo venezuelano”.
“Poucas vezes na história o destino das gerações futuras dependeu do que faremos nos próximos dias, é uma responsabilidade monumental”, enfatizou Machado.
O principal objetivo desse escritório de campanha será promover o voto no exterior, embora, no caso específico dos EUA, os venezuelanos que vivem nesse país não poderão votar nas eleições de 28 de julho, pois não há embaixada ou consulado.
A ex-parlamentar, eleita em primárias como a candidata presidencial da Plataforma Democrática Unida (PUD), o maior bloco de oposição, recebeu uma sanção que a impede de ocupar cargos públicos, portanto não poderá se registrar para concorrer, processo que ocorrerá entre 21 e 25 de março.
No domingo, Machado culpou o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, por “violações gravíssimas” dos acordos assinados no período que antecedeu as eleições do próximo dia 28 de julho.
Em mensagem de vídeo, ela acusou Maduro, que busca a reeleição para um terceiro mandato, de obstruir o processo eleitoral, tornando “quase impossível o envio de missões internacionais de observação” ou pela prisão, nos últimos dias, de opositores, que o Ministério Público (MP) acusa de supostos planos para assassinar o presidente.
Machado lembrou que o regime e a PUD concordaram, em outubro do ano passado, com um roteiro para as eleições, que incluía a livre escolha de candidatos e a observação internacional, aspectos que, segundo ela, não estão sendo cumpridos.