Por Agência EFE
O governo equatoriano alertou que uma frota chinesa está se aproximando da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) das Ilhas Galápagos nas últimas semanas.
O Ministério das Relações Exteriores equatoriano destacou que monitora permanentemente o movimento de embarcações chinesas que se aproximam de 70 milhas da borda da ZEE, ao sudoeste das Ilhas Galápagos, para realizar atividades de pesca de lula gigante.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Mobilidade Humana comunicou oficialmente às autoridades chinesas a preocupação de que a Frota Pesqueira Estrangeira se mantenha fora dos limites da ZEE, bem como que cumpra as normas regulamentares estabelecidas para garantir a sustentabilidade da espécie e não afetar os ecossistemas marinhos”, disse o Ministério equatoriano em um comunicado publicado em 3 de junho.
Ele também pediu que ambos os países mantenham um diálogo aberto para “processar a preocupação equatoriana” e que sejam adotadas medidas para que a frota chinesa realize atividades sujeitas ao direito internacional e respeito à soberania do Equador.
Navios chineses aparecem na região da América Latina desde julho de 2020, quando a Marinha Nacional do Equador informou que cerca de 260 navios – principalmente chineses – operavam na costa das Ilhas Galápagos, nos arredores da ZEE, que se estende a 370 quilômetros das ilhas.
Em 2017, o Equador já havia apreendido um navio chinês em Galápagos e levado sua tripulação a julgamento por transportar 300 toneladas de espécies proibidas e ameaçadas de extinção, principalmente tubarões.
A presença de frotas chinesas tem gerado sérias preocupações a cada ano em países como Equador, Peru, Argentina e Chile, devido a práticas de pesca “ilegais, não declaradas e não regulamentadas” (IUU).
No entanto, a frota chinesa não se limita apenas à pesca ilegal, um relatório do instituto australiano Future Directions International também revelou que as embarcações chinesas se tornaram a milícia marítima do regime chinês – uma terceira força marítima operando ao lado da marinha e da guarda costeira chinesa.
Eles receberam treinamento em apoio logístico, inteligência, vigilância e reconhecimento, segundo o documento.
Os Estados Unidos alertaram anteriormente que a China está pressionando cada vez mais os estoques de peixes em todo o mundo devido a práticas de pesca insustentáveis.
“O Partido Comunista Chinês subsidia a maior frota pesqueira do mundo e uma das maiores frotas de pesca em águas distantes operando em alto mar e nas águas de outros países”, observou o Departamento de Estado na época.
Por outro lado, a organização americana Oceana documentou mais de 6.000 casos em que as transmissões do AIS [Sistema de Identificação Automática] desapareceram por mais de 24 horas, o que “potencialmente indica que as embarcações estão desativando seus dispositivos de monitoramento público”, segundo o relatório.
A frota chinesa foi responsável por 66% desses incidentes, disse.
“Esses barcos ficaram invisíveis por mais de 600.000 horas no total, obscurecendo a localização de barcos de pesca e mascarando comportamentos potencialmente ilegais, como cruzar as águas nacionais da Argentina para pescar”, acrescentou Oceana.
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