A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, qualificou nesta quarta-feira como “justa” a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou “fortemente” a incursão policial equatoriana na Embaixada mexicana em Quito, e que recordou a obrigação dos Estados de respeitar a Convenção Asilo Diplomático de 1954.
“É uma resolução justa, onde vemos também o descumprimento do uso de sedes diplomáticas, por isso vamos avançar como Equador, também vamos fazer cumprir a nossa versão dos acontecimentos”, disse.
Ela observou que se trata de fóruns internacionais “que são feitos para que, de forma equilibrada, através do diálogo, de forma respeitosa, todas as partes sejam ouvidas e as resoluções sejam alcançadas”.
A OEA decidiu “condenar veementemente a intrusão nas instalações da Embaixada do México no Equador e os atos de violência perpetrados contra a integridade e a dignidade do pessoal diplomático da missão”.
Também reafirma “a obrigação” que os Estados têm de “respeitar integralmente” as disposições da Convenção de Asilo Diplomático de 1954 e recorda que os diplomatas estão obrigados “a não interferir nos assuntos internos” do Estado receptor.
Da mesma forma, pede a Equador e México que “iniciem um diálogo e tomem medidas imediatas para resolver este grave assunto de forma construtiva”.
Questionada se o Equador está disposto a dialogar com o México, a ministra reiterou que seu país “está sempre aberto a fortalecer as relações com absolutamente todos os países”.
E, quando questionado se o país está disposto a pedir desculpas ao México, a chefe da diplomacia disse: “Isso não está na mesa de discussão neste momento”.
As declarações foram prestadas à saída da Assembleia Nacional, onde foi informar sobre a operação policial à Embaixada do México em Quito, na última sexta, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, processado em um caso que investiga um suposto desvio de fundos na reconstrução da província de Manabí, após o terremoto de 2016.
O Equador, que há semanas pediu permissão ao México para entrar na embaixada para deter Glas, rejeita que o México tenha concedido asilo ao ex-vice-presidente quando ele está sendo processado no país.