Por Bio Bio
O Equador anunciou que a partir de hoje (21), exigirá um certificado judicial dos venezuelanos que desejam entrar em seu território, endurecendo a política migratória para pessoas dessa nacionalidade após o assassinato de uma mulher que envolve um venezuelano.
“A partir de hoje e em vista do fato de que o governo venezuelano separou seu país da Comunidade Andina, será exigido de todos os cidadãos a apresentação do atestado de antecedentes criminais”, disse o vice-presidente Otto Sonnenholzner no rádio e na televisão.
Diante da diáspora de venezuelanos que fogem da crise em seu país, o governo equatoriano agora exige um atestado para permitir a entrada de migrantes dessa nacionalidade.
Sonnenholzner acrescentou que, além disso, os controles migratórios serão “reforçados” por meio de um cadastro para saber com “maior precisão” a situação dos venezuelanos que estão no Equador.
“Esgotamos todos os esforços, mas a Venezuela se recusa a fornecer bancos de dados que nos permitam verificar as informações daqueles que chegam ao país”, disse ele.
O Equador estima que 300 mil venezuelanos permanecem em seu território, fugidos dos problemas políticos e econômicos de seu país.
Entre 2014 e 2018, mais de 1,2 milhão de venezuelanos entraram no Equador, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, que concedeu 97 mil vistos a peticionários dessa nacionalidade.
O governo equatoriano endureceu as medidas migratórias após o violento assassinato de uma equatoriana grávida cometido por um venezuelano no sábado em Ibarra (norte), quando então explodiram protestos de cidadãos contra a presença desses estrangeiros.
O presidente Lenín Moreno, que está em Davos, anunciou no domingo pelo Twitter: “Ordenei a formação imediata de brigadas para controlar a situação legal dos imigrantes venezuelanos”.
#TodosSomosDiana pic.twitter.com/BE4RuduxT2
— Lenín Moreno (@Lenin) January 20, 2019
Ele acrescentou que seu governo está analisando “a possibilidade de criar uma permissão especial de entrada no país” para os venezuelanos.
No domingo, moradores de Ibarra expulsaram venezuelanos de hotéis, casas e parques onde dormiam, queimaram pertences de alguns deles e os perseguiram, exigindo que deixassem a cidade, principal ponto de entrada para o interior do Equador, segundo a mídia nacional.