Até semana passada, pelo menos 143 pessoas morreram e quase 2 mil foram infectadas pelo surto de peste pneumônica em Madagascar que agora ameaça se espalhar para a África continental, informou a Voz da América (VOA).
Dez nações africanas foram alertadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a possibilidade de serem afetadas pelo surto: África do Sul, Maurício, Seychelles, Tanzânia, La Reunião, Moçambique, Quênia, Etiópia, Comores e Malaui.
“Temos materiais de prevenção de infecção preparados e grupos e equipes em prontidão para serem acionados se houver um surto”, disse o Dr. Dan Namarika, secretário-chefe do Ministério da Saúde do Malaui, de acordo com o Daily Mail.
A OMC prevê que seja necessário meio ano para extinguir o surto. E prometeu 5 milhões de dólares para contratar pessoal médico extra, desinfetar edifícios e combustível para ambulâncias.
A peste pneumônica pode ser tratada com antibióticos, mas precisa ser identificada nas primeiras 24 horas. Caso contrário, pode ser mortal.
A peste pneumônica pode ser contraída por inalação de gotículas respiratórias após contato próximo com animais ou seres humanos, e é a única praga que pode se espalhar entre pessoas, diz o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Não está claro como o surto começou. Os ratos e as pulgas em Madagascar sempre hospedaram a bactéria Yersinia pestis, que causa a peste bubônica. Mas geralmente há cerca de 600 casos por ano na ilha.
O recente surto tem sido o pior em pelo menos 50 anos, de acordo com Jimmy Whitworth, professor de saúde pública internacional na London School of Hygiene and Tropical Medicine, de acordo com o Daily Mail.
Uma das teorias é que os incêndios florestais mais frequentes teriam forçado os ratos e as pulgas a se deslocarem das florestas para os locais de assentamento humano, quando então teriam infectado os seres humanos.
Outra teoria é que o ritual praticado por alguns em Madagascar de exumar os corpos de entes queridos e dançar com eles também causou a propagação da praga.