Epidemia pneumônica em Madagascar ameaça se espalhar pela África continental

15/11/2017 16:48 Atualizado: 15/11/2017 16:49

Até semana passada, pelo menos 143 pessoas morreram e quase 2 mil foram infectadas pelo surto de peste pneumônica em Madagascar que agora ameaça se espalhar para a África continental, informou a Voz da América (VOA).

Dez nações africanas foram alertadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a possibilidade de serem afetadas pelo surto: África do Sul, Maurício, Seychelles, Tanzânia, La Reunião, Moçambique, Quênia, Etiópia, Comores e Malaui.

Pessoas abrem caminho enquanto um funcionário de saúde pulveriza desinfetante durante a limpeza do mercado de Anosibe, no distrito de Anosibe, um dos distritos mais insalubres de Antananarivo, Madagascar, em 10 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)
Pessoas abrem caminho enquanto um funcionário de saúde pulveriza desinfetante durante a limpeza do mercado de Anosibe, no distrito de Anosibe, um dos distritos mais insalubres de Antananarivo, Madagascar, em 10 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)

“Temos materiais de prevenção de infecção preparados e grupos e equipes em prontidão para serem acionados se houver um surto”, disse o Dr. Dan Namarika, secretário-chefe do Ministério da Saúde do Malaui, de acordo com o Daily Mail.

A OMC prevê que seja necessário meio ano para extinguir o surto. E prometeu 5 milhões de dólares para contratar pessoal médico extra, desinfetar edifícios e combustível para ambulâncias.

A peste pneumônica pode ser tratada com antibióticos, mas precisa ser identificada nas primeiras 24 horas. Caso contrário, pode ser mortal.

A peste pneumônica pode ser contraída por inalação de gotículas respiratórias após contato próximo com animais ou seres humanos, e é a única praga que pode se espalhar entre pessoas, diz o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde e funcionários da Cruz Vermelha local trabalham num posto de saúde na estação "taxi-brousse" do distrito de Ampasapito, em Antananarivo, Madagascar, em 5 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)
Médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde e funcionários da Cruz Vermelha local trabalham num posto de saúde na estação “taxi-brousse” do distrito de Ampasapito, em Antananarivo, Madagascar, em 5 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)

Não está claro como o surto começou. Os ratos e as pulgas em Madagascar sempre hospedaram a bactéria Yersinia pestis, que causa a peste bubônica. Mas geralmente há cerca de 600 casos por ano na ilha.

Funcionários de saúde eliminam o lixo durante a limpeza do mercado de Anosibe no distrito de Anosibe, um dos distritos mais insalubres de Antananarivo, Madagascar, em 10 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)
Funcionários de saúde eliminam o lixo durante a limpeza do mercado de Anosibe no distrito de Anosibe, um dos distritos mais insalubres de Antananarivo, Madagascar, em 10 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)

O recente surto tem sido o pior em pelo menos 50 anos, de acordo com Jimmy Whitworth, professor de saúde pública internacional na London School of Hygiene and Tropical Medicine, de acordo com o Daily Mail.

Uma menina esvazia uma cesta de lixo enquanto funcionários de saúde recolhem o lixo durante a limpeza do mercado de Anosibe, no distrito de Anosibe, um dos distritos mais insalubres de Antananarivo, Madagascar, em 10 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)
Uma menina esvazia uma cesta de lixo enquanto funcionários de saúde recolhem o lixo durante a limpeza do mercado de Anosibe, no distrito de Anosibe, um dos distritos mais insalubres de Antananarivo, Madagascar, em 10 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)

Uma das teorias é que os incêndios florestais mais frequentes teriam forçado os ratos e as pulgas a se deslocarem das florestas para os locais de assentamento humano, quando então teriam infectado os seres humanos.

Médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde e funcionários da Cruz Vermelha trabalham num posto de saúde na estação "taxi-brousse" do distrito de Ampasapito, em Antananarivo, Madagascar, em 5 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)
Médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde e funcionários da Cruz Vermelha trabalham num posto de saúde na estação “taxi-brousse” do distrito de Ampasapito, em Antananarivo, Madagascar, em 5 de outubro de 2017 (Rijasolo/AFP/Getty Images)

Outra teoria é que o ritual praticado por alguns em Madagascar de exumar os corpos de entes queridos e dançar com eles também causou a propagação da praga.

Médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde e funcionários da Cruz Vermelha trabalham num posto de saúde no distrito de Ampasapito, em Antananarivo, Madagascar, em 5 de outubro de 2017. (Rijasolo/AFP/Getty Images)
Médicos e enfermeiros do Ministério da Saúde e funcionários da Cruz Vermelha trabalham num posto de saúde no distrito de Ampasapito, em Antananarivo, Madagascar, em 5 de outubro de 2017. (Rijasolo/AFP/Getty Images)