Enfraquecimento da economia global pode alimentar agitação social, afirma Fórum Econômico Mundial

Grande maioria dos entrevistados esta preocupada ou desconfortável com as perspectivas do mundo

12/01/2022 17:11 Atualizado: 12/01/2022 17:11

Por Tom Ozimek 

A última pesquisa de avaliação de risco do Fórum Econômico Mundial (FEM) mostra que a grande maioria dos entrevistados estava preocupada ou desconfortável com as perspectivas do mundo, e o órgão internacional alerta que a falta de otimismo ameaça alimentar “um círculo vicioso de desilusão e descontentamento social”.

De acordo com a Pesquisa de Percepção de Risco Global (GRPS), que faz parte do último Relatório de Risco Global (pdf) do FEM, 84% dos entrevistados expressaram seu pessimismo sobre as perspectivas globais, com 23% declarando estar “preocupado” e 61,2% afirmaram estarem “aflitos”. Apenas 3,7% disseram que estão “otimistas” e 12,1% expressaram uma opinião “positiva” sobre os rumos do mundo no futuro próximo.

Ao mesmo tempo, apenas 10,7% veem um cenário positivo se materializar nos próximos três anos na forma de aceleração da recuperação econômica global. O restante espera resultados negativos, incluindo 41,8% que preveem volatilidade constante com “múltiplas surpresas” e 10,1% que preveem “pontos de inflexão progressiva com resultados cada vez mais catastróficos”.

Os resultados são baseados na edição do ano passado do Relatório de Riscos Globais, que alertou para riscos potenciais que, segundo Saadia Zahidi, diretora-gerente do WEF, agora se tornaram “perigos claros e presentes”.

“Interrupções na rede de fornecimento, inflação, dívidas, lacunas no mercado de trabalho, protecionismo e disparidades educacionais estão levando a economia global a águas turbulentas”, afirmou Zahidi no relatório, destacando um aumento de quase 30% nos preços de commodities desde o fim de 2020, possivelmente com maior volatilidade devido a interrupções contínuas na rede de fornecimento, bem como interrupções devido ao desinvestimento das reservas de combustíveis fósseis.

De acordo com o relatório, espera-se que o aumento da inflação reduza a confiança do consumidor e enfraqueça o consumo, atingindo especialmente as pequenas e médias empresas, onde quatro áreas-chave de risco emergente são identificadas.

“Essas dificuldades estão impedindo a visibilidade dos desafios emergentes, que incluem a desordem da transição climática, o aumento das vulnerabilidades cibernéticas, o aumento das barreiras à mobilidade internacional e a aglomeração e a competição no espaço”, acrescentou Zahidi.

O relatório é publicado anualmente antes da reunião anual do FEM em Davos, na Suíça. No mês passado, o FEM, com sede em Genebra, adiou o evento de janeiro até meados de 2022 devido à disseminação da Ômicron.

“As atuais condições da pandemia tornam extremamente difícil realizar uma reunião global pessoalmente”, de acordo com Adrian Monck, CEO de Engajamento Público do FEM. “Apesar dos rigorosos protocolos sanitários da reunião, a transmissibilidade da Ômicron e seu impacto nas viagens e na mobilidade tornaram necessário o adiamento”.

Nos Estados Unidos, a Ômicron ultrapassou a variante Delta como a variante predominante do vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), também conhecido como SARS-CoV-2, o patógeno que causa a COVID-19.

Embora menos grave, o grande número de infecções causadas pela Ômicron pode colocar os sistemas hospitalares à prova, alertaram alguns especialistas. Um recorde de 132.646 hospitalizações pela COVID-19 foram registradas nos Estados Unidos na segunda-feira, um número que superou o recorde anterior de 132.051, atingido em janeiro de 2021, de acordo com um levantamento da Reuters.

No entanto, os estados que começaram a separar as hospitalizações incidentais por COVID-19 descobriram que muitos pacientes com COVID-19 foram admitidos por outros motivos.

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