Empresa elétrica de Cuba prevê novos apagões por conta de déficit energético

20/08/2022 15:41 Atualizado: 20/08/2022 15:41

Por EFE

O déficit energético previsto pela estatal Unión Eléctrica (UNE) para este sábado em Cuba será de até 38% da capacidade máxima de geração nos horários de maior demanda, o que significa que os longos apagões dos últimos dias continuarão ocorrendo na ilha.

Esses cortes afetam diferentes áreas da ilha há meses – e desde agosto também atingem a capital Havana -, às vezes com até 10 horas consecutivas sem serviço.

Conforme informado pela empresa, a capacidade de geração no horário de pico será de 2.275 megawatts (MW), enquanto a demanda máxima será então de 3.150 MW, assim que o déficit calculado será de 875 MW.

A UNE calcula ainda uma afetação máxima de 945 MW nas horas de maior consumo.

Quedas de energia – por falhas e danos em termelétricas antiquadas, falta de combustível e manutenções programadas – são cada vez mais frequentes no país. Em julho, apagões foram registrados em 29 dos 31 dias, segundo dados da UNE coletados pela Agência Efe.

A situação, que pesa em todas as áreas da economia e afeta significativamente a vida cotidiana, começa a despertar o descontentamento social em Cuba.

Já no ano passado, os apagões foram uma das razões por trás dos protestos antigovernamentais de 11 de julho de 2021, os maiores em décadas, segundo analistas.

Nos últimos dias, houve vários protestos menores, principalmente em pequenas cidades com apagões prolongados, embora também tenham sido registrados em Santiago de Cuba e Havana e outras províncias do país.

Cuba depende muito do petróleo estrangeiro para produzir energia (as usinas termelétricas geram dois terços da eletricidade) e sua principal fornecedora, a Venezuela, reduziu notavelmente seus envios.

O regime cubano espera reduzir essa dependência e tem um plano para que, até 2030, 37% de sua matriz energética (pouco mais de 3.500 megawatts) seja proveniente de fontes renováveis.

No entanto, o país vive há dois anos uma grave crise econômica por conta da pandemia, do endurecimento das sanções americanas e das falhas na gestão nacional.

 

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