Emirados Árabes Unidos sofrem “sabotagem” de quatro navios perto do porto de Fujairah

13/05/2019 22:00 Atualizado: 14/05/2019 10:16

Por Reuters

DUBAI – Quatro navios comerciais foram alvo de “operações de sabotagem” perto das águas territoriais dos Emirados Árabes Unidos (EAU), disse o Ministério das Relações Exteriores no domingo, sem dar detalhes sobre a natureza da sabotagem.

O incidente ocorreu perto do emirado de Fujairah, um dos maiores centros de abastecimento de combustível do mundo, que fica perto do Estreito de Ormuz, informou o Ministério em um comunicado.

Fontes da indústria e do comércio disseram que as operações no porto de Fujairah ocorreram sem problemas no domingo.

O estreito, uma rota vital de transporte global de petróleo e gás, separa os estados do Golfo e o Irã, que se envolveu em uma crescente guerra verbal com os Estados Unidos sobre as sanções e a presença dos militares dos norte-americanos na região.

“Sujeitar embarcações comerciais à sabotagens operacionais e ameaçar a vida de sua tripulação é considerado um acontecimento perigoso”, de acordo com o comunicado divulgado pela agência de notícias estatal WAM.

A declaração, que não identificou os navios além de dizer que eles eram de várias nacionalidades, disse que o incidente não resultou em vazamentos. Os EAU não culparam nenhum país ou outra parte pela operação.

As tensões regionais aumentaram, com Washington dizendo que estava enviando um porta-aviões dos Estados Unidos e outras forças para o Oriente Médio, devido ao que disseram ser ameaças iranianas, enquanto Teerã chamou a presença militar dos Estados Unidos de “um alvo” em vez de uma ameaça.

A Quinta Frota, com base na Marinha dos Estados Unidos, disse à Reuters que estava ciente do relatório dos EAU, mas encaminhou consultas para as autoridades dos Emirados Árabes Unidos.

Medidas de segurança

Um parlamentar iraniano e chefe do comitê nacional de segurança do parlamento, Heshmatollah Falahatpisheh, disse no domingo que os relatos de “explosões” perto do porto de Fujairah, mostraram que a segurança dos estados do Golfo é frágil.

O governo de Fujairah, um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos e que tem um litoral no Golfo de Omã, negou em um tweet, relatos da mídia sobre explosões dentro do porto de Fujairah e disse que a instalação estava operando normalmente.

A declaração de Fujairah não identificou meios de comunicação que publicaram reportagens sobre explosões, mas o site iraniano Press TV citou uma emissora libanesa, Mayadeen, dizendo que sete petroleiros haviam sido atacados no porto.

A declaração do ministério dos Emirados Árabes Unidos, que negou qualquer incidente ocorrido dentro do porto, disse que o governo tomou todas as medidas necessárias e iniciou uma investigação em coordenação com as autoridades internacionais.

“A comunidade internacional deve cumprir suas responsabilidades para evitar que qualquer parte tente prejudicar a segurança e a segurança marítima, o que seria considerado uma ameaça à segurança e proteção internacional”, acrescentou.

A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado o Irã com sanções desde que Washington se retirou, há um ano, de um acordo nuclear internacional de 2015 entre Teerã e potências mundiais.

Washington endureceu as sanções ao Irã neste mês, eliminando derrogações que permitiram que alguns países comprassem seu petróleo, dizendo que queria reduzir as exportações de petróleo de Teerã a zero. O Irã disse que não permitirá que suas exportações de petróleo sejam interrompidas.

O aliado dos Emirados Árabes Unidos, o Bahrain, descreveu o incidente de Fujairah como “um ato criminoso perigoso”.