O ex-presidente Jair Bolsonaro, que participou neste sábado da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), o maior fórum anual da direita americana, nos arredores de Washington, afirmou que, embora seja grato pela oportunidade de ter exercido um mandato, sua missão “não acabou”.
“Não é fácil ser político, principalmente quando se quer honrar a palavra e ajudar as pessoas. Neste momento agradeço a Deus pela minha segunda vida e pela missão de ter sido presidente do Brasil por um mandato, mas no fundo sinto que esta missão não terminou”, afirmou o ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o final do ano passado.
Seu discurso, de cerca de 24 minutos, foi um dos mais esperados deste encontro que começou na última quarta e se encerra hoje com a participação do ex-presidente americano Donald Trump.
“Nesta terra de liberdades, progresso e ordem, me sinto no Brasil. É muito reconfortante ser recebido assim no Brasil e em qualquer lugar do mundo. Sou o ex-presidente mais querido do Brasil”, destacou Bolsonaro.
Durante seu discurso, ele falou sobre as realizações de seu mandato: “Os brasileiros que abandonaram a bandeira começaram a amá-la. As pessoas começaram a entender mais sobre política, sobre o Congresso brasileiro. Os nomes de deputados e senadores, e não apenas os de jogadores de futebol, fizeram parte do dia a dia do Brasil. Tenho certeza que plantamos muitas sementes”, afirmou.
Bolsonaro, de 67 anos, aguarda a mudança de visto solicitada por seu advogado em janeiro para ficar mais seis meses nos EUA, onde chegou dois dias antes de terminar o mandato.
No tempo em que está instalado na Flórida, ele foi hospitalizado em janeiro por fortes dores intestinais.
“Tive muito mais apoio em 2022 do que em 2018. Não sei por que os números refletiram o contrário”, ressaltou Bolsonaro, comentando sobre os resultados das eleições durante seu discurso.
Pouco antes, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, pisou no mesmo palco da CPAC e criticou o governo do democrata Joe Biden dizendo que ele “não olha muito para o Brasil”, apesar da importância geoestratégica do país como produtor de energia e alimentos.
“Acho que (os Estados Unidos) estão muito felizes com o novo governo de Lula da Silva, que teve uma grande reunião com Biden” no dia 11 de fevereiro, disse com desdém o deputado.
Eduardo Bolsonaro defendeu que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos têm uma “cultura semelhante”: “Devemos ser aliados”, destacou, advertindo que Lula “é um dos comunistas ou socialistas, como queira chamá-lo, mais perigosos do mundo”, disse.
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