O presidente da Argentina, Javier Milei, conversou com jornalistas nesta quarta-feira após discursar no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, e falou sobre sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos continuar a ter uma relação adulta”, declarou Milei, que assumiu a presidência argentina em 10 de dezembro, e, embora tenha reconhecido que “nada é fácil na vida”, assegurou que ele e Lula tentarão fazer o melhor possível.
Em seguida, afirmou que foi ao Fórum de Davos “para plantar as ideias de liberdade, que são as ideias que trazem o progresso e acabam com a pobreza” e para alertar para “os riscos do socialismo, que é uma máquina de empobrecer e assassinar pessoas”.
Nas declarações após o discurso em Davos, que gerou grande expectativa na mídia internacional e exigiu até a intervenção de seguranças, Milei também garantiu que não conversou sobre as Malvinas com o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, com quem se encontrou hoje.
“Não falamos sobre a questão das Malvinas. Isso ficou para futuras negociações diplomáticas”, destacou.
Milei reuniu-se com Cameron acompanhado pela chanceler argentina, Diana Mondino, e pela secretária-geral da Presidência, Karina Milei, segundo fontes oficiais argentinas.
A questão da soberania das Malvinas é, até hoje, uma das questões de Estado na política externa da Argentina.
Durante a recente campanha eleitoral que levou Milei à presidência, Mondino, sua então representante de Relações Exteriores, afirmou que os direitos dos ilhéus seriam “respeitados”, o que no então governo de Alberto Fernández foi interpretado como falta de reconhecimento do arquipélago como território argentino.
No entanto, nos debates eleitorais, o então candidato esclareceu que iria “esgotar todas as oportunidades diplomáticas para que (as ilhas) voltassem a ser argentinas”, mas defendeu a figura de Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica durante a Guerra das Malvinas (1982).