O empresário Elon Musk se envolveu na campanha presidencial da Argentina ao respaldar o novo método de divulgação de entrevistas do polêmico jornalista Tucker Carlson no X (antigo Twitter), entre elas a última, realizada com o candidato de direita do país sul-americano, Javier Milei.
O bilionário tentou promover o X destacando a conta de Carlson e a ampliação de sua audiência na rede social, onde o ex-apresentador publica seus conteúdos após ser demitido da emissora Fox News.
O conteúdo em questão é a entrevista concedida a Carlson pelo chamado ‘Trump argentino, candidato do partido A Liberdade Avança, vencedor das primárias de agosto e que é muito seguido pelo eleitorado jovem.
“Diferença gigantesca, não importa como você a conte”, comentou Musk neste final de semana, republicando uma mensagem comparando a audiência média de Carlson no X (265 milhões) com a da Fox News (3 milhões).
Um dia antes, Musk havia alertado “aqueles que estão pensando em colocar seu trabalho na plataforma X” que considerem “que o programa de Tucker Carlson, quando estava na televisão, tinha milhões de telespectadores de um dígito”.
Uma audiência respeitável “para os padrões de notícias tradicionais”, acrescentou Musk, ressaltando que agora “as visualizações de seus episódios no X excedem a população dos Estados Unidos”.
“Fale com a Terra através do X!”, completou Musk para propagandear a rede social cujo nome mudou depois de comprá-la por US$ 44 bilhões no ano passado.
Carlson é uma das figuras mais influentes da direita americana, junto com o ex-presidente Donald Trump (2017-2021), e foi demitido da Fox News este ano por supostamente espalhar fake news sobre supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos, vencidas pelo democrata Joe Biden.
O homem mais rico do mundo, maior acionista da SpaceX e CEO da Tesla sempre se declarou um ultraliberal, e nos últimos tempos está cada vez mais próximo dos movimentos desta tendência nos Estados Unidos e em diversos países, ao mesmo tempo em que se distancia de todas as correntes progressistas.
Carlson, com mais de 10 milhões de seguidores no X, relançou seu programa nessa rede social, e os episódios 23 e 24 foram dedicados à Argentina e ao candidato presidencial do partido A Liberdade Avança.
“Conversa muito interessante que vai muito além da Argentina nos temas discutidos”, foi o comentário de Musk sobre a entrevista com Milei no dia 17 de setembro, após ter postado um “Interessante” dias antes, ao saber quando seria publicada.
Na conversa com Carlson, Milei defendeu Trump (“Entendeu perfeitamente que a luta é contra o socialismo e os estatistas”), criticou o papa Francisco (“Está do lado das ditaduras sangrentas”), se pronunciou contra o aborto, a mudança climática, o ‘lobby’ LGBT e o feminismo radical e repetiu que, como presidente, não fará negócios com a China ou com “qualquer” país “comunista”.
O candidato libertário destacou em sua conta no X que a entrevista ultrapassou 300 milhões de visualizações em cerca de 12 horas, tornando-a “a mais vista da história”, uma afirmação que na Argentina deixou suspeitas de manipulação por parte dos chamados ‘trolls’.
O fervor dos seguidores de Milei nas redes sociais voltou a subir aos céus, já que a militância do candidato que obteve o primeiro lugar nas primárias do dia 13 de agosto tem presença de destaque no ambiente virtual.
Nas eleições de outubro, os principais adversários de Milei serão a ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, pertencente à coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança, e o atual ministro da Economia, Sergio Massa, da coalizão peronista União pela Pátria.
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