Eleições na Itália: Cinco Estrelas e centro-direita disputam maioria

05/03/2018 13:57 Atualizado: 05/03/2018 15:31

Por Anastasia Gubin, Epoch Times

Os eleitores italianos foram às urnas neste domingo (4) para eleger os novos deputados e senadores do Parlamento, cuja maioria escolherá o primeiro-ministro que governará o próximo período.

Na contagem oficial realizada ao meio-dia de hoje (5), horário local, a coalizão que conta até agora com a maioria dos votos é a de centro-direita e, individualmente, o partido mais votado foi o Movimento Cinco Estrelas (M5E).

Dois nomes estão na disputa pelo governo: o licenciado em Ciências Históricas Matteo Salvini, da Liga Norte, partido de direita, e o ex-estudante de Direito Luigi di Maio, do emergente partido Movimentto Cinco Estrelas, fundado em 2009 pelo comediante Bepe Grillo.

Com 70% das urnas apuradas, a centro-direita se impõe com 37,48% no Senado e 36,98 na Câmara dos Deputados. O grupo é composto por quatro partidos, liderados hoje pela Liga de Salvini, com 17,8% no Senado e 17,6% na Câmara.

A Liga teve apenas cerca de 4% na votação anterior. Hoje ele apoia o candidato Matteo Salvini para a centro-direita.

Matteo Salvini
Matteo Salvini

Salvini é o deputado que lidera a Liga Norte desde 2013. Descendente de pais milaneses — um empresário e uma dona de casa — estudou Ciências Políticas por um ano e depois passou a Ciências Históricas, onde se graduou após cinco.

Em segundo lugar dentro da centro-direita está posicionado o partido Fuerza Italia do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, grupo que caiu para 14,46% no Senado e 14,02% na Câmara.

O emergente partido Movimento Cinco Estrelas, que concorre com o candidato Luigi di Maio, superou todos os partidos tradicionais, conquistando mais de 31,94% dos votos no Senado e 32,37% na Câmara.

Luigi Di Maio, candidato a primeiro ministro representando o partido Movimento Cinco Estrelas (M5E)
Luigi Di Maio, candidato a primeiro ministro representando o partido Movimento Cinco Estrelas (M5E)

Di Maio é um político italiano da Avellino. Ele se inscreveu nas carreiras de Engenharia e Jurisprudência mas não prosseguiu com os estudos. Em 2007 dedicou um breve período ao jornalismo. É membro do M5E desde 2007 e, em 2010, se candidatou a conselheiro mas não foi eleito. Em 2013, foi eleito deputado na região de Campania (Nápoles).

O grande perdedor desta disputa foi o Partido Democrático, liderado pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que conquistou 19,31% no Senado como partido e 23,1% como coalizão de centro-esquerda. Na Câmara ele recebeu 19% de votos como partido e 23% como coalizão.

Ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, secretário geral do Partido Democrático
Ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, secretário geral do Partido Democrático

A nova lei eleitoral estabelece um sistema eleitoral misto. Um terço dos assentos são atribuídos pelo sistema de maioria e dois terços pelo sistema proporcional. A maioria escolhe um único candidato.

O resultado final e a atribuição de lugares no Senado e na Câmara serão conhecidos nas próximas horas.

Neste dia também houve as eleições administrativas de duas regiões importantes do país, Lazio (Roma) e Lombardia (Milão). Os resultados ainda não foram divulgados.

O comparecimento às urnas foi de mais de 70% no final do dia, após às 23 horas. Lombardia (Milão) atingiu um número acima de 77%.

O grupo Centrodestra (de centro-direita) é formado por uma aliança quádrupla que inclui o partido Forza Italia do ex-presidente Silvio Berlusconi; a Liga de Salvini e os grupos Fratelli Italia e Noi Italia.

Como parte de seu programa está a proposta de menos impostos, menos burocracia e a “Itália em primeiro lugar”, bem como o bloqueio assistido dos desembarques de imigrantes.

O Movimento Cinco Estrelas, dentro do seu amplo programa, descarta a definição do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP ou Tafta, na sigla em inglês) e do Acordo Integral de Economia e Comércio (Ceta, na sigla em inglês) quanto a segurança alimentar e biodiversidade.

O Centrosinistra (de centro-esquerda) também é formado por uma força quádrupla que inclui o Partido Democrático (PD) liderado pelo primeiro-ministro Mateo Renzi.

O programa do PD é intitulado “Nenhuma promessa, um programa confiável”, e promete investir no país unido à Europa.

A Itália possui 51, 1 milhões de eleitores, segundo dados de 30 de junho de 2017 divulgados pelo governo, sendo 24,8 milhões de homens e 26,4 milhões de mulheres.

Do total de eleitores, 4,2 milhões residem no exterior e 500 mil são jovens que irão exercer seu direito ao voto pela primeira vez.