Edmundo González obtém asilo na Espanha após fugir de ditadura na Venezuela

Por Redação Epoch Times Brasil
09/09/2024 10:30 Atualizado: 09/09/2024 10:30

Edmundo González, um dos líderes da oposição venezuelana, chegou à Espanha no domingo (8) após obter asilo político do governo espanhol. 

González havia se refugiado por mais de um mês na Embaixada da Holanda em Caracas para escapar de uma ordem de prisão emitida pela Justiça venezuelana, intimamente ligada ao regime de Nicolás Maduro.

José Manuel Albares, ministro das Relações Exteriores da Espanha, informou que Edmundo González foi trasladado em um avião da Força Aérea Espanhola para a Base Aérea de Torrejón de Ardoz, nas proximidades de Madri.

O opositor disputou as eleições presidenciais contra Maduro em julho, um pleito que levantou suspeitas internacionais sobre a legitimidade dos resultados e foi marcado por acusações de irregularidades e fraude. 

Embora Maduro ainda não tenha divulgado as atas das urnas, os opositores alegam que González foi o verdadeiro vencedor. Eles publicaram cerca de 80% das atas eleitorais em um site, sustentando que esses documentos confirmam a vitória de González.

A ONU confirmou a autenticidade das atas. No entanto, o Ministério Público venezuelano, parte da rede chavista, contestou a veracidade dos documentos e pediu a prisão de González.

Asilo político e fuga dramática

A decisão de González de fugir da Venezuela e buscar asilo veio após ele se refugiar na Embaixada da Holanda por mais de um mês. 

No sábado (7), ele deixou Caracas sob a proteção do governo espanhol, que prontamente aceitou seu pedido de asilo. 

María Corina Machado, outra importante figura da oposição venezuelana, afirmou que a vida de González estava em risco devido às ameaças constantes do regime de Maduro.

Segundo ela, as tentativas de chantagem, processos judiciais e o cerco político ao candidato demonstram a ausência de limites do regime chavista na tentativa de eliminar vozes dissidentes.

“A partir da nossa histórica vitória em 28 de julho de 2024, o regime desencadeou uma onda brutal de repressão contra todos os cidadãos, classificada como terrorismo de Estado pela CIDH [Comissão Interamericana de Direitos Humanos], que incluiu todos os tipos de ataques contra o Presidente eleito e seu entorno”, disse Machado.

“A sua vida estava em perigo, e as crescentes ameaças, intimações, mandados de prisão e mesmo as tentativas de chantagem e coação a que foi sujeito demonstram que o regime não tem escrúpulos nem limites na sua obsessão em silenciá-lo e tentar subjugá-lo”, completou.