Motivada pela alta do dólar, economistas venezuelanos alertaram para uma aceleração da inflação no país em dezembro, que dizem esperar fechar o ano com um aumento nos preços superior a 30%. A declaração foi feita nesta terça-feira (27).
O economista e ex-deputado da oposição venezuelana, José Guerra, membro do Observatório das Finanças da Venezuela (OVF), disse à agência EFE que o aumento da cotação da moeda norte-americana – que subiu 49% no mercado oficial até agora- “está surtindo efeito” sobre bens e serviços, calculados em dólares em sua maioria,.
Por isso, o especialista estima que o país feche o último mês do ano com uma inflação acima de 30%, o que significaria um aumento de pelo menos 8,1 pontos em relação a novembro, quando atingiu 21,9%, atualmente a maior taxa registrada em 2022 , de acordo com cálculos do Observatório das Finanças da Venezuela.
Nesse sentido, o economista Jesús Palacios, da Ecoanalítica, concordou com José Guerra ao garantir que dezembro fechará com uma inflação maior do que nos meses anteriores.
“Disso já temos certeza. A preliminar é de mais de 30%, segundo a Ecoanalítica, que calculou uma inflação de 22% em novembro”, disse Jesús Palacios à agência EFE.
O Banco Central da Venezuela (BCV) não divulga esse indicador econômico desde outubro, quando o país acumulou alta de preços de 119,4% nos primeiros 10 meses do ano.
Em dezembro, o governo anunciou a volta do controle de preços de mais de 40 produtos de consumo de massa, política que no passado resultou em desabastecimento generalizado e que busca, como antes, combater a inflação e a especulação.
A Venezuela saiu há um ano de uma hiperinflação, na qual entrou em 2017 e que, durante quatro anos, reduziu o valor do bolívar, moeda oficial, bem como a confiança dos cidadãos nela. Motivo pelo qual o país adotou oficialmente o dólar na tentativa de proteger sua renda.
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