Duque: “Nicolás Maduro fez ao seu povo o que Putin fez à Ucrânia”

"Tanto a Colômbia quanto os EUA chamam Maduro de ditador", disse Duque

12/03/2022 10:25 Atualizado: 12/03/2022 10:25

Por VOA

WASHINGTON – O presidente colombiano Iván Duque criticou o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, por apoiar a invasão da Ucrânia pela Rússia e o comparou ao presidente russo, Vladimir Putin.

“Nicolás Maduro fez ao seu povo o que Putin fez à Ucrânia”, disse Duque em entrevista ao Voice of América. O presidente colombiano disse que da mesma forma que a guerra na Ucrânia gerou uma onda de imigração na Europa, Maduro “desencadeou a maior crise imigratória (…) neste hemisfério em anos”.

Duque se reuniu na quinta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no primeiro encontro entre os dois líderes desde que o democrata assumiu o cargo no ano passado.

O presidente da Colômbia apontou Maduro por dar seu apoio à Rússia e disse que o encontro que o vice-presidente venezuelano teve com o chanceler russo também na quinta-feira “é a reafirmação de quem está do lado errado da história”.

Dias antes da chegada de Duque a Washington, a Casa Branca confirmou que uma delegação norte-americana havia viajado à Venezuela, a primeira visita de autoridades norte-americanas a Caracas em anos.

Quando questionado se essa “aproximação diplomática”, como um funcionário do governo Biden, representa uma mudança na estratégia dos dois países em relação à Venezuela, Duque disse que os dois governos estão trabalhando “em uníssono”.

“Não há mudança em não chamar as coisas pelo nome; tanto a Colômbia quanto os EUA chamaram Maduro de ditador”, disse Duque.

O líder colombiano, que está nos últimos meses de seu mandato, tem sido um dos críticos mais veementes de Nicolás Maduro. Junto com o governo do então presidente Donald Trump, ele promoveu a criação do Grupo de Lima (composto por uma dezena de países latino-americanos) que busca isolar Maduro diplomaticamente.

O governo Biden defendeu a decisão de viajar para a Venezuela – diante das críticas da oposição e de seu próprio partido – e indicou que os objetivos do encontro com autoridades chavistas eram discutir aspectos de “segurança energética”, conseguir a liberação dos prisioneiros americanos e insistir no regresso ao diálogo com a oposição.

Reportagens da mídia informaram que os EUA abriram a possibilidade de suspender as sanções petrolíferas à Venezuela para levar petróleo bruto do país sul-americano às refinarias dos EUA, como resultado do aumento dos preços do petróleo devido à guerra na Ucrânia.

Um funcionário do governo Biden disse na quarta-feira que os EUA não “comprometeram ou negociaram” a questão do petróleo e que é algo que está sendo discutido “em um nível mais amplo”.

Duque destacou à VOA que a Colômbia “é um país que certamente tem mais segurança e a capacidade de oferecer soluções energéticas” para os EUA do que a Venezuela.

“A Venezuela não é capaz de gerar mais de 700 mil barris de petróleo e a Colômbia (…) está novamente perto de chegar a um milhão”, disse.

Maduro assegurou na quarta-feira que a Venezuela aumentará sua produção para dois milhões de barris por dia este ano, em comparação com os 755.000 barris por dia produzidos em janeiro, segundo o relatório do país à Opep.

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