Por EFE
Genebra, 26 maio – A crise causada pela pandemia de Covid-19, que deixou em terra 90% da frota aérea mundial durante meses, aumentará em 20% as dívidas das companhias aéreas, totalizando cerca de US$ 550 bilhões no final deste ano, informou a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata).
A quantia representa um aumento de US$ 120 bilhões na dívida total, dos quais US$ 67 bilhões procedem de empréstimos governamentais, detalhou a organização, que reúne quase 300 companhias aéreas de todo o mundo.
“A ajuda governamental está contribuindo para manter a indústria funcionando, mas o objetivo agora é evitar que algumas companhias aéreas se afundem devido ao peso desta ajuda”, destacou o diretor-geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac.
No total, os governos autorizaram US$ 123 bilhões para ajudar as companhias aéreas, dos quais os US$ 67 bilhões já mencionados terão de ser pagos pelas empresas.
Por região, metade da ajuda governamental foi aprovada na América do Norte (US$ 66 bilhões), enquanto na Europa foram US$ 30 bilhões e na Ásia-Pacífico, US$ 26 bilhões, de acordo com a Iata.
O pagamento da dívida prolongará a crise no setor ao longo do tempo, em um momento de receio de que a demanda de passageiros demore para voltar aos níveis anteriores, ressaltou De Juniac.
A associação acrescenta que é ainda necessária uma maior injeção financeira para garantir que as companhias aéreas sobrevivam à crise devido à pandemia de Covid-19, especialmente em regiões como América Latina e África, onde os auxílios aprovados até agora equivalem a menos de 1% das receitas de 2019.
“Nos casos em que os governos não responderam com rapidez suficiente ou de forma limitada, vimos falências, com exemplos na Austrália, Itália, Tailândia, Turquia e Reino Unido”, advertiu o dirigente.