Ditadura climática: Guterres defende taxação de lucros das empresas de combustíveis fósseis

Por efe e renato pernambucano
07/11/2022 14:55 Atualizado: 07/11/2022 14:55

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta segunda-feira que “todos os governos” introduzam impostos sobre os lucros extraordinários obtidos pelas empresas de combustíveis fósseis, a fim de enfrentar os problemas causados pelo aumento dos preços dos alimentos e da energia e os danos sofridos pelos países afetados pela mudança climática.

Guterres fez a declaração durante sua participação na abertura da Cúpula de Implementação, como é chamado o fórum dos líderes mundiais que acontece no âmbito da COP27 da Cúpula do Clima, que hoje e amanhã reúne quase 100 chefes de Estado e de governo na cidade de Sharm el Sheikh, no Egito.

“Convido todos os governos a tributar os lucros inesperados das empresas de combustíveis fósseis. Vamos redirecionar o dinheiro para pessoas que sofrem com o aumento dos preços da energia e dos alimentos e para países que sofrem perdas e danos causados pela crise climática”, enfatizou.

Referindo-se à questão das perdas e danos, a compensação devida aos países em desenvolvimento que sofrem as consequências da mudança climática, mas que pouco são responsáveis pelas emissões poluentes que a causaram, Guterres disse que esta reunião deveria chegar a um acordo sobre “um roteiro preciso e com prazos definidos que reflita a escala da urgência do desafio”.

“Este plano deve incluir disposições institucionais eficazes para seu financiamento”, afirmou.

Para o secretário-geral da ONU, obter “resultados concretos” neste aspecto é a marca que vai determinar “o compromisso dos governos com o sucesso da COP27”.

Pacto entre países ricos e pobres

Guterres também pediu que as economias desenvolvidas e emergentes estabeleçam um “pacto de solidariedade climática”, para que todos os países “façam um esforço extra para reduzir as emissões nesta década, de acordo com a meta de 1,5 grau”.

Este acordo deve também assegurar que os países ricos e as instituições internacionais “forneçam assistência financeira e técnica para ajudar as economias emergentes a acelerar sua própria transição para a energia renovável” e “acabar com a dependência dos combustíveis fósseis”.

Também prevê “a eliminação gradual do carvão nos países da OCDE até 2030 e em todos os outros até 2040”.

Para isso, ele lembrou aos Estados Unidos e à China, as duas maiores economias do mundo, que eles têm “uma responsabilidade particular de unir forças para tornar este pacto uma realidade”, o que representa a “única esperança para atingir as metas climáticas”.

 

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