O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, celebrou nesta quinta-feira a expansão do grupo de economias emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que admitirá seis novos países, incluindo a Argentina, porque reforçará sua “relevância” no mundo.
“Hoje ninguém pode questionar a autoridade dos BRICS”, disse Díaz-Canel durante seu discurso em um diálogo entre o grupo e dezenas de países do Sul Global, a maioria deles africanos, no último dia da XV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do bloco em Joanesburgo, na África do Sul, que teve início na última terça.
“Por isso, não hesitamos em saudar a sua eventual expansão, o que contribuiria para reforçar sua relevância e representatividade”, destacou o ditador cubano, atual presidente do Grupo dos 77 +China, no seu primeiro discurso em uma cúpula dos BRICS.
Díaz-Canel afirmou que “tem sido uma reivindicação histórica do Grupo dos 77, como também dos BRICS, empreender uma transformação real da arquitetura financeira internacional profundamente injusta, anacrônica e disfuncional”.
“Acreditamos firmemente – declarou – que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) criado pelos BRICS pode e deve se tornar em uma alternativa às atuais instituições financeiras que aplicam durante quase um século receitas draconianas para lucrar com as reservas do Sul e reproduzir seus esquemas de submissão e dominação”.
Díaz-Canel saudou “de forma especial” a nomeação da “querida Dilma Rousseff”, ex-presidente da República, “à frente daquela entidade”.
Ele também apreciou “a iniciativa louvável dos BRICS de criar um mecanismo de reserva de moeda estrangeira de base ampla que garanta certeza e estabilidade ao Sul”.
“Certamente – continuou – a extensão deste mecanismo a outros países ajudaria a aliviar os desequilíbrios do atual sistema monetário”.
Na sua opinião, “o estabelecimento de linhas de crédito mútuo em moedas locais pelos bancos dos países dos BRICS e a possibilidade de criação de uma moeda única para as suas operações são também iniciativas que poderiam ser aplicadas nas relações com outros países em desenvolvimento”.
Isso, destacou, “serviria para reduzir o abusivo monopólio da moeda americana que reforça e garante uma hegemonia prejudicial para o resto do mundo”.
Díaz-Canel criticou o Ocidente e enfatizou que o Grupo dos 77, China e os BRICS têm “a responsabilidade e a possibilidade de atuar para uma mudança nesta ordem mundial injusta”.
“Não é uma opção, é a única alternativa”, concluiu o ditador cubano, que ontem se reuniu com seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante a cúpula dos BRICS para fortalecer as relações bilaterais.
O líder cubano discursou depois de o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, cujo país exerce a presidência rotativa dos BRICS este ano, ter anunciado que o grupo concordou com a entrada de seis países.
“Decidimos convidar a República da Argentina, a República Árabe do Egito, a República Democrática Federal da Etiópia, a República Islâmica do Irã, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a tornarem-se membros de pleno direito dos Brics a partir de 1º de janeiro de 2024”, enfatizou Ramaphosa.
Cerca de 40 países manifestaram seu desejo de aderir a esse clube, segundo o governo sul-africano, que este ano ocupa a presidência rotativa do bloco e recebeu “manifestações formais de interesse” de 23 países, incluindo Argentina, Bolívia, Cuba, Honduras e Venezuela.
A China apoiou especialmente a expansão dos BRICS, que buscam mais peso nas instituições internacionais, até agora dominadas por Estados Unidos e Europa; uma vez que Pequim quer expandir a sua influência na concorrência com Washington.
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