Por EFE
Havana, 7 fev – O dissidente cubano Guillermo Fariñas foi libertado sem acusações, na noite de quinta-feira, após ficar detido por três dias, embora esteja sujeito a “restrições”, como revelou o próprio à Agência Efe.
Fariñas, vencedor do prêmio Sakharov do Parlamento Europeu (PE), foi preso na última terça-feira na cidade de Santa Clara, centro de Cuba, quando estava prestes a viajar para Havana onde retiraria um visto para viajar a Madri e Bruxelas este mês.
A “restrição” é que ele não poderá deixar seu município até depois do dia 20, o que o impedirá de fazer a viagem planejada, pois sua agenda em Bruxelas, onde você deveria se encontrar com eurodeputados de vários partidos, seria concluída no dia 21.
Segundo Fariñas, as autoridades deram várias razões para sua prisão: “que ele estava preparando uma revolta nacional coordenando ações com grupos da oposição e que eles não permitiriam que continuasse sabotando as relações econômicas entre Cuba e a União Europeia”.
A terceira, acrescentou, é que “eles estão fazendo uma experiência para ver o custo-benefício em termos de detenção prolongada” do oponente.
Diversas autoridades europeias, incluindo o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, pediram nos últimos dias a libertação de Fariñas.
O opositor de 57 anos lidera a Frente Antitotalitária Unida (Fantu) e em 2010 recebeu o prêmio Sakharov pela defesa dos direitos humanos.
Ele é famoso pelas inúmeras greves de fome que realizou em protesto contra o sistema cubano, a última aconteceu em 2016 e durou 54 dias, onde pedia ao governo da ilha que acabasse com a repressão contra os dissidentes.
Outro conhecido dissidente, José Daniel Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), está preso desde outubro do ano passado, em Santiago de Cuba, por uma suposta agressão a outro homem, acusação que seus familiares negam.