O órgão regulador dos meios de comunicação do Paquistão proibiu neste sábado a difusão de discursos do ex-presidente do país Imran Khan, um dia após ele acusar as agências de inteligência de fragilizar a democracia, e o atual primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, de ter planejado ataque que quase o matou.
A Autoridade Reguladora de Meios Eletrônicos do Paquistão (PEMRA) justificou a determinação, alertando que Khan havia “difundido críticas contra as instituições estatais, ao apresentar acusações infundadas por orquestrar um plano de assassinato”.
O órgão indica que as palavras do ex-presidente podem criar “ódio entre as pessoas” e serem prejudiciais para manter a lei e a ordem no país.
A determinação acontece após a primeira aparição pública de Khan, ontem, em que ele acusou as agências de inteligência locais de interferir no avanço do processo democrático no Paquistão, depois de, na quinta-feira, ter sido baleado durante uma passeata contra a ingerência estrangeira.
No pronunciamento, o ex-presidente acusou Sharif, o ministro do Interior, Rana Sanaullah, e um oficial de inteligência, o major Faisal Naseer, de estarem por trás do ataque, que deixou uma pessoa morta e nove feridas.
Em entrevista coletiva concedida hoje na cidade de Lahore, no leste do Paquistão, Sharif exigiu do Tribunal Supremo do país a constituição de uma comissão judicial para investigar as acusações feitas por Khan contra o governo e o exército.
“Solicito ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça que forme uma comissão judicial completa com todos os juízes honrados e respeitáveis no melhor interesse deste país e que ponha fim a esta discórdia e caos”, afirmou o premiê.
Khan foi atingido por quatro tiros na parte interior das duas pernas, depois que um homem armado abriu fogo, enquanto o ex-presidente liderada um grande protesto para exigir eleições antecipadas no país.
Após o ataque, Khan prometeu que, assim que se recuperar, voltará a “tomar as ruas”, para seguir com os protestos.
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