Em meio a relatos alarmantes de que a China teria infiltrado um informante dentro da Agência Central de Inteligência (CIA) por anos que acabou sendo capturado recentemente, o diretor da CIA prometeu intensificar os esforços de contraespionagem da agência para deter espiões de adversários dos Estados Unidos que estão tentando penetrar na comunidade de inteligência da nação.
Na semana passada, o Departamento Federal de Investigação (FBI) deteve Jerry Chun Shing Lee, um ex-funcionário da CIA de 53 anos que é suspeito de ter vazado inteligência secreta para a China. Enquanto os detalhes exatos dos vazamentos de Lee ainda não foram revelados, algumas reportagens especularam que ele poderia ter revelado mais de uma dúzia de informantes da CIA na China em 2010 e 2011, muitos dos quais foram posteriormente executados pelo regime chinês.
Falando no American Enterprise Institute em 23 de janeiro, o diretor da CIA, Mike Pompeo, disse que pretende garantir que a CIA tenha os recursos necessários para cumprir sua missão de contrainteligência, que inclui “assegurar que estamos implementando uma contrainteligência ofensiva que esteja trabalhando contra nossos serviços adversários de forma que os impeça de entrarem no nosso serviço”.
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“Precisamos garantir que os segredos que roubamos não sejam roubados [novamente]. Temos uma obrigação para com o povo americano de fazer isso”, disse Pompeo.
A missão da contrainteligência, às vezes abreviada como “CI”, tem sido vista como uma parte menos glamorosa da comunidade de inteligência dos EUA, apesar da sua importância primordial em proteger a rede de inteligência e os segredos da nação contra a intrusão de espiões estrangeiros.
No FBI, a divisão de contrainteligência é muitas vezes vista como o fim da carreira para os agentes, uma vez que a maior parte das oportunidades de atenção e promoção tradicionalmente tem sido concedida àqueles que ascendem por meio da divisão de investigação criminal. Uma tendência semelhante também foi observada na parte da CIA que conduz a missão da contrainteligência, pelo menos historicamente.
Pompeo, que quando era congressista serviu como membro oficial do Comitê Seletivo Permanente de Inteligência da Câmara, prometeu que fomentará essa parte da missão da agência, que foi negligenciada antes, para lidar com as novas e crescentes ameaças apresentadas pelos adversários dos EUA, como àquelas da China.
“Para mim, há poucas coisas mais importantes do que proteger nossos funcionários, nossos recursos e nossa informação”, disse Pompeo.
Uma das mudanças que Pompeo disse já ter introduzido foi uma reorganização da CIA para que “a mulher que administra o nosso centro de missão de contrainteligência relate diretamente a mim agora”.
Essas mudanças, de acordo com Pompeo, não visam apenas enviar um sinal aos adversários dos EUA que “a CIA levará a sério a proteção de nossas coisas”, mas também visa certificar à força de trabalho da CIA que ele está pessoalmente atento à missão da contrainteligência, que às vezes pode ficar relegada ao fim da lista de prioridades da agência.
“Eu fiz uma série de mudanças, uma das quais é certificar de que estamos fornecendo a informação para que o Departamento de Justiça possa fazer o seu bom trabalho ao levar esses traidores para o inferno nos tribunais dos EUA”, disse ele.
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